A ligação entre ambos é inevitável mas a verdade é que o ciúme e a inveja não são a mesma coisa. Enquanto o ciúme é motivado por algo que se possui e que se tem medo de perder, a inveja é motivada por algo que não se possui, mas que se quer ter ou então que não se quer que mais ninguém tenha. São muitas vezes confundidas, mas até legitimamente porque uma pode perfeitamente desencadear a outra.
Um triângulo de emoções
Não raras vezes utilizadas como sinónimas, as palavras ciúme e inveja são, na realidade, bastante distintas. Enquanto o ciúme está quase sempre associado a um potencial rival (por exemplo: uma criança que inveja o seu irmão recém-nascido; um marido que inveja uma nova amizade entre a sua esposa e um colega de trabalho), a inveja prende-se mais com bens materiais ou as características positivas de outra pessoa (por exemplo: uma mulher inveja o carro novo da sua amiga; um homem inveja o sucesso profissional do seu amigo). Se por um lado o ciúme é, no fundo, o medo de perder alguém; a inveja é querer que outra pessoa perca aquilo que tem, porque não a merece tanto quanto você. No primeiro caso, o foco central está na pessoa que pode tornar-se uma rival, que ameaça uma relação presente; no segundo, o foco central está num objecto material ou na forma de ser ou de estar e não na pessoa invejada em si.
Amor, ciúme e inveja
Em termos de relacionamentos, o ciúme e a inveja são muitas vezes misturadas, até porque são sentimentos que podem ser vividos em simultâneo, sendo que um pode desencadear e até intensificar o outro. Se uma mulher tem ciúmes de uma potencial rival, pode ainda sentir inveja se a “outra” tiver a forma física e o aspecto de uma top model. Um homem que tem ciúmes da sua namorada pode sentir inveja ao verificar que ela dá “mimos” que serão exclusivamente dele, ao seu irmão ou melhor amigo, por exemplo. Os ciúmes amorosos podem facilmente transformar-se numa inveja apaixonante.
O verso da moeda
Curiosamente, ambas as emoções podem ser vistas de uma perspectiva mais positiva: o ciúme pode ser a manifestação de uma simples vigilância ou compromisso em preservar alguém e a verdade é que uma pitada de ciúmes nunca fez mal a ninguém. A inveja, por sua vez, pode levar alguém a tomar acção, a arregaçar as mangas e deitar mãos ao trabalho para conseguir aquilo que não tem, mas que faz questão de ter.
Pecado mortal?
A inveja está na lista restrita dos sete pecados mortais que há séculos (diz-se que esta lista pode ter surgido no ano 590 d.C.) rege religiosos de todo o mundo, separando os “pecadores” dos “não pecadores”. Ter inveja é sentir ressentimento para com outra pessoa, simplesmente porque essa pessoa é ou tem algo que você não é ou não tem; para além disso, fomenta o desejo de que essa pessoa perca aquilo que é cobiçado. Na sua obra “Purgatório”, Dante vai ainda mais longe ao estipular que o castigo para este pecado – o desejo de ver alguém perder algo que você não tem mas queria ter – seria ter os olhos cosidos com arame, simplesmente porque quem tem inveja tem prazer nesse acto. Ou seja, invejar é também nutrir um ressentimento contra outro e os seus atributos ou pertences; é desejar, fazer com ou observar que alguém fique sem algo importante.
O ciúme desencadeia sentimentos de:
Medo de perda
Suspeição de traição
Raiva por causa de uma possível traição
Desconfiança
Incerteza
Solidão
Medo de perder companheiro(a) para outra pessoa, mais atraente, mais interessante, mais bem-sucedida…
Baixa auto-estima
Tristeza com a perda de algo importante
O desejo de proteger e preservar aquilo que tem
A inveja desencadeia sentimentos de:
Inferioridade
Baixa auto-estima
Ânsia de ter algo ou alguém
Rancor
Hostilidade ou malevolência para com a pessoa invejada
Vontade de possuir as características mais positivas da pessoa invejada
Vontade de fazer com que a pessoa invejada fique sem aquilo que é cobiçado
Direito, no sentido em que merece mais aquilo que a outra pessoa tem
Sentimentos de culpa relativamente à própria inveja e consequentes reacções
O desejo de obter aquilo que não tem
Motivação para melhorar, para conseguir aquilo que deseja
segunda-feira, 13 de junho de 2011
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Cisne Negro
SINOPSE
‘Cisne Negro’ é um thriller psicológico ambientado no mundo do balé da Cidade de Nova York. Natalie Portman interpreta uma bailarina de destaque que se encontra presa a uma teia de intrigas e competição com uma nova rival interpreta por Mila Kunis. Dirigido por Darren Aronofsky (O Lutador, Fonte da Vida), Cisne Negro faz uma viagem emocionante e às vezes aterrorizante à psique de uma jovem bailarina, cujo papel principal como a Rainha dos Cisnes acaba sendo uma peça fundamental para que ela se torne uma dançarina assustadoramente perfeita.
A trama começa com Nina competindo com outras bailarinas do corpo de balé de Nova York pelo papel principal da peça “O Lago dos Cisnes”. Metódica e disciplinada, ela tem tudo para ser o Cisne Branco, mas falta-lhe malícia e poder de sedução para encarnar seu duplo, o Cisne Negro, responsável por roubar o príncipe da irmã e levá-la ao suicídio. Pressionada por Thomas Leroy, o diretor da companhia, ela precisa mostrar que pode ser a grande estrela do show, ainda que esteja sendo seguida de perto por Lily, uma bailarina nova que se junta ao grupo. Enquanto Nina é descrita por seu tutor como fraca e covarde, Lily tem a personalidade sedutora necessária se tornar o Cisne Negro. O Lago dos Cisnes requer uma bailarina capaz de interpretar tanto o Cisne Branco com inocência e graça, quanto o Cisne Negro, que representa malícia e sensualidade.. As duas desenvolvem uma amizade conflituosa, repleta de rivalidade, e Nina começa a entrar em contato com seu lado mais sombrio, com uma inconseqüência que ameaça destruí-la.
ASSUNTO
Desenvolvimento, sexualidade, neurose, psicose, polaridades, relações afetivas, familiares, sociais.
Demorei muito a postar esse filme devido à quantidade e diversidade de conteúdos possíveis apresentados. Muitos já conhecem o enredo do famoso balé Cisne Negro e suas particularidades. Já é conhecida a representação do cisne Branco como inocência, pureza e douçura, em oposição ao negro que simboliza sexualidade, sedução e o mal. Pois bem, o filme sai do balé e traz uma protagonista angustiada, perfeccionista, filha de mãe possessiva, controladora, ex bailarina frustrada. A busca pela perfeição, ao se candidatar ao papel, nos convida a acompanhar a psique já pertubada da candidata ao papel principal. Sua dedicação e disciplina beiram a perfeição, mas não atendem a proposta. È preciso unir os opostos em uma só atuação, o diretor quer apenas uma bailarina, uma que seja capaz de unir essas polaridades e representar ambas. O público, então, acompanha a mente atormentada e doente de Nina durante essa viagem onde todas as fronteiras entre realidade e imaginação, sanidade e loucura são transpostas. Em determinado momento não é possível distinguir o que é real do que é mera alucinação.
Entre os conceitos Junguianos que podem ser encontrados estão as polaridades. Além do que, chamo a atenção para algumas peculiaridades desses conceitos, de acordo com cada perspectiva. No balé temos Odette, a ingênua e romântica, em oposição a sua irmã gêmea Odile, a maliciosa, sedutora e malvada. Inseridas na psique feminina, esses são aspectos potenciais das polaridades internas que todos possuímos durante o desenvolvimento. Particularmente no desenvolvimento feminino, há a menina sonhadora que desperta para o desejo e a competitividade, durante o processo de enfrentar novos e novos desafios. E assim segue o curso do desenvolvimento saudável, entre uma e outra concepção, buscando integrar os opostos. O controle exacerbado do corpo, que é tratado como instrumento, e de sua alimentação ilustra sua busca pela perfeição. Mas, perfeição não é apenas um lado, perfeição é inteireza, é ser o que se é completamente. Só podemos crescer para o lado que não fomos. É isso que podemos acompanhar no filme.
O filme mostra logo a relação mãe-filha de uma forma misturada, manipuladora, obsessiva, castradora, possessiva. A mãe bailarina-frustrada parece querer se realizar através da filha, e para tanto é exigente, disciplinadora, repressora.
Gosto do olhar sobre a metáfora da sexualidade. Rui Ferreira Nunes fala da sexualidade Feminina e o Cisne Negro, acentuando como metáfora perfeita o controle castrador do corpo. Falamos aqui de uma visão de sexualidade que ainda perdura: a mulher pura e casta que é punida pela mulher sexualizada, destruidora de amor. Nina, cativada na relação com uma mãe psicótica, constrói uma estrutura mental rígida. As exigências do diretor, representante do poder do homem, da sexualidade e do perfeccionismo da dança, provocam um conflito extremo, potenciador de sintomas psicóticos que acabarão por destruí-la. A mãe controladora procura cristalizar a relação com a filha e impedi-la de crescer, sexualizar-se e, talvez, se tornar rival. Nina, que não tinha reconhecimento de si, de tanta mistura que havia com a mãe, se angustia com sua imperfeição e persegue a busca de ser perfeita, para obter o reconhecimento de si mesma através dos outros. Mas, sente-se inadequada perante os outros, que estranham a falta de desejo e de competências sociais da bailarina. Para sentir o prazer ou ultrapassar seus medos, Nina precisa se descontrolar, transgredir a sua estrutura, transformando o real em suas fantasias e alucinações. Quando tenta explorar a sexualidade, ela o faz de forma desorganizada, quase infantil. A repressão de seu desenvolvimento sexual pode ser o gatilho para o surgimento de seu lado auto-destrutivo, principalmente quando é colocada a frente da colega, rival aparente, a que possui sexualidade integrada, um objeto de inveja e fascinação. O filme, assim, inverte a representação clássica da sexualidade da mulher destruidora do bem. O cisne Branco acaba por ser vítima da sua assexualidade, da sua desconexão com o real. Nina não está muito longe do que muitas mulheres sentem em relação à sexualidade: o terrível medo de perder o controle.
Percebe-se, em alguns momentos, que Nina quer se desvencilhar da mãe, mas como a relação é baseada na culpa, ela acaba cedendo ou se auto-punindo. A Nina é perfeita pra o papel, pois foi treinada e ensinada pela mãe a seguir regras rígidas. Mas, o Cisne Negro é seu oposto, pois representa rebeldia, sedução, força – todas as características que Nina tinha bloqueadas em seu interior. O surto psicótico surge quando ela sente-se ameaçada de perder o papel, disparando seus delírios, que já são confundidos com a realidade. A rival de Nina é o antônimo da protagonista, representando tudo que ela precisava/queria ser: confiante, feliz, livre. Assistimos a metamorfose de Nina, que passa de princesinha da mamãe à uma mulher de sentimentos a flor da pele, podendo se competitiva, impiedosa e até violenta. Então, seja pelo viés loucura-sanidade, bem-mal, patologia, saúde, ou qualquer outro tipo de polaridade, o filme representa as polaridades presentes em todos nós, saudável ou não. Bom e mau, saudável e doente, verdade e mentira, tantas outras polaridades que nos parecem extremos incompatíveis. Costumo falar de nossas necessidades neuróticas do ou isso ou aquilo. Meus clientes já conhecem bem esse discurso, pois sempre saliento a necessidade de usarmos mais “e” no lugar de “ou”. Pois, os dois lados fazem parte de uma só coisa, se ignorarmos nossas limitações, nossas imperfeições, nossos defeitos, não poderemos nos desenvolver. Pois bem, o filme propõe essa integração. Ainda que o resultado não seja aparentemente feliz, atente para a dança que transcende o humano, se torna sublime!
Por mais difícil e angustiante que seja a experiência de assistir Cisne Negro, é impossível sentir qualquer vestígio de arrependimento quando o filme chega ao fim.”
Semana que vem irei por uma analise psicanalitica desse filme.
‘Cisne Negro’ é um thriller psicológico ambientado no mundo do balé da Cidade de Nova York. Natalie Portman interpreta uma bailarina de destaque que se encontra presa a uma teia de intrigas e competição com uma nova rival interpreta por Mila Kunis. Dirigido por Darren Aronofsky (O Lutador, Fonte da Vida), Cisne Negro faz uma viagem emocionante e às vezes aterrorizante à psique de uma jovem bailarina, cujo papel principal como a Rainha dos Cisnes acaba sendo uma peça fundamental para que ela se torne uma dançarina assustadoramente perfeita.
A trama começa com Nina competindo com outras bailarinas do corpo de balé de Nova York pelo papel principal da peça “O Lago dos Cisnes”. Metódica e disciplinada, ela tem tudo para ser o Cisne Branco, mas falta-lhe malícia e poder de sedução para encarnar seu duplo, o Cisne Negro, responsável por roubar o príncipe da irmã e levá-la ao suicídio. Pressionada por Thomas Leroy, o diretor da companhia, ela precisa mostrar que pode ser a grande estrela do show, ainda que esteja sendo seguida de perto por Lily, uma bailarina nova que se junta ao grupo. Enquanto Nina é descrita por seu tutor como fraca e covarde, Lily tem a personalidade sedutora necessária se tornar o Cisne Negro. O Lago dos Cisnes requer uma bailarina capaz de interpretar tanto o Cisne Branco com inocência e graça, quanto o Cisne Negro, que representa malícia e sensualidade.. As duas desenvolvem uma amizade conflituosa, repleta de rivalidade, e Nina começa a entrar em contato com seu lado mais sombrio, com uma inconseqüência que ameaça destruí-la.
ASSUNTO
Desenvolvimento, sexualidade, neurose, psicose, polaridades, relações afetivas, familiares, sociais.
Demorei muito a postar esse filme devido à quantidade e diversidade de conteúdos possíveis apresentados. Muitos já conhecem o enredo do famoso balé Cisne Negro e suas particularidades. Já é conhecida a representação do cisne Branco como inocência, pureza e douçura, em oposição ao negro que simboliza sexualidade, sedução e o mal. Pois bem, o filme sai do balé e traz uma protagonista angustiada, perfeccionista, filha de mãe possessiva, controladora, ex bailarina frustrada. A busca pela perfeição, ao se candidatar ao papel, nos convida a acompanhar a psique já pertubada da candidata ao papel principal. Sua dedicação e disciplina beiram a perfeição, mas não atendem a proposta. È preciso unir os opostos em uma só atuação, o diretor quer apenas uma bailarina, uma que seja capaz de unir essas polaridades e representar ambas. O público, então, acompanha a mente atormentada e doente de Nina durante essa viagem onde todas as fronteiras entre realidade e imaginação, sanidade e loucura são transpostas. Em determinado momento não é possível distinguir o que é real do que é mera alucinação.
Entre os conceitos Junguianos que podem ser encontrados estão as polaridades. Além do que, chamo a atenção para algumas peculiaridades desses conceitos, de acordo com cada perspectiva. No balé temos Odette, a ingênua e romântica, em oposição a sua irmã gêmea Odile, a maliciosa, sedutora e malvada. Inseridas na psique feminina, esses são aspectos potenciais das polaridades internas que todos possuímos durante o desenvolvimento. Particularmente no desenvolvimento feminino, há a menina sonhadora que desperta para o desejo e a competitividade, durante o processo de enfrentar novos e novos desafios. E assim segue o curso do desenvolvimento saudável, entre uma e outra concepção, buscando integrar os opostos. O controle exacerbado do corpo, que é tratado como instrumento, e de sua alimentação ilustra sua busca pela perfeição. Mas, perfeição não é apenas um lado, perfeição é inteireza, é ser o que se é completamente. Só podemos crescer para o lado que não fomos. É isso que podemos acompanhar no filme.
O filme mostra logo a relação mãe-filha de uma forma misturada, manipuladora, obsessiva, castradora, possessiva. A mãe bailarina-frustrada parece querer se realizar através da filha, e para tanto é exigente, disciplinadora, repressora.
Gosto do olhar sobre a metáfora da sexualidade. Rui Ferreira Nunes fala da sexualidade Feminina e o Cisne Negro, acentuando como metáfora perfeita o controle castrador do corpo. Falamos aqui de uma visão de sexualidade que ainda perdura: a mulher pura e casta que é punida pela mulher sexualizada, destruidora de amor. Nina, cativada na relação com uma mãe psicótica, constrói uma estrutura mental rígida. As exigências do diretor, representante do poder do homem, da sexualidade e do perfeccionismo da dança, provocam um conflito extremo, potenciador de sintomas psicóticos que acabarão por destruí-la. A mãe controladora procura cristalizar a relação com a filha e impedi-la de crescer, sexualizar-se e, talvez, se tornar rival. Nina, que não tinha reconhecimento de si, de tanta mistura que havia com a mãe, se angustia com sua imperfeição e persegue a busca de ser perfeita, para obter o reconhecimento de si mesma através dos outros. Mas, sente-se inadequada perante os outros, que estranham a falta de desejo e de competências sociais da bailarina. Para sentir o prazer ou ultrapassar seus medos, Nina precisa se descontrolar, transgredir a sua estrutura, transformando o real em suas fantasias e alucinações. Quando tenta explorar a sexualidade, ela o faz de forma desorganizada, quase infantil. A repressão de seu desenvolvimento sexual pode ser o gatilho para o surgimento de seu lado auto-destrutivo, principalmente quando é colocada a frente da colega, rival aparente, a que possui sexualidade integrada, um objeto de inveja e fascinação. O filme, assim, inverte a representação clássica da sexualidade da mulher destruidora do bem. O cisne Branco acaba por ser vítima da sua assexualidade, da sua desconexão com o real. Nina não está muito longe do que muitas mulheres sentem em relação à sexualidade: o terrível medo de perder o controle.
Percebe-se, em alguns momentos, que Nina quer se desvencilhar da mãe, mas como a relação é baseada na culpa, ela acaba cedendo ou se auto-punindo. A Nina é perfeita pra o papel, pois foi treinada e ensinada pela mãe a seguir regras rígidas. Mas, o Cisne Negro é seu oposto, pois representa rebeldia, sedução, força – todas as características que Nina tinha bloqueadas em seu interior. O surto psicótico surge quando ela sente-se ameaçada de perder o papel, disparando seus delírios, que já são confundidos com a realidade. A rival de Nina é o antônimo da protagonista, representando tudo que ela precisava/queria ser: confiante, feliz, livre. Assistimos a metamorfose de Nina, que passa de princesinha da mamãe à uma mulher de sentimentos a flor da pele, podendo se competitiva, impiedosa e até violenta. Então, seja pelo viés loucura-sanidade, bem-mal, patologia, saúde, ou qualquer outro tipo de polaridade, o filme representa as polaridades presentes em todos nós, saudável ou não. Bom e mau, saudável e doente, verdade e mentira, tantas outras polaridades que nos parecem extremos incompatíveis. Costumo falar de nossas necessidades neuróticas do ou isso ou aquilo. Meus clientes já conhecem bem esse discurso, pois sempre saliento a necessidade de usarmos mais “e” no lugar de “ou”. Pois, os dois lados fazem parte de uma só coisa, se ignorarmos nossas limitações, nossas imperfeições, nossos defeitos, não poderemos nos desenvolver. Pois bem, o filme propõe essa integração. Ainda que o resultado não seja aparentemente feliz, atente para a dança que transcende o humano, se torna sublime!
Por mais difícil e angustiante que seja a experiência de assistir Cisne Negro, é impossível sentir qualquer vestígio de arrependimento quando o filme chega ao fim.”
Semana que vem irei por uma analise psicanalitica desse filme.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
QUEM PODE SER HIPNOTIZADO?
Todos podem. Algumas pessoas talvez nunca venham a experimentar alguns dos fenômenos explicados acima. Pode ser que para elas hipnose seja apenas “um estado extremamente agradável, livre de tensões, cuja prática ajuda a reduzir o estresse e assim viver
melhor”. Já parece ótimo, não parece?
Classicamente, costuma-se distribuir a população em relação aos fenômenos hipnóticos em uma primeira sessão da seguinte forma:
5% Não responsivos
95% Etapa hipnoidal
85% Etapa leve
60% Etapa média
15% Etapa profunda
10% Sonambulismo
Quanto mais flexível e dotado de recursos e técnicas o hipnólogo,
maior a possibilidade de levar o paciente a aprender hipnose e aos
estágios mais profundos, ou de alcançar objetivos utilizando os estágios
mais superficiais. Muitos hipnólogos conseguem resultados muito
superiores ao mencionado acima.
Em minha série pessoal, que inclui pacientes de consultório,
internados em hospitais e voluntários para sessões experimentais, com
2 a 3 sessões de treinamento de 70 a 80% dos pacientes aprendem a
desenvolver as etapas profunda e sonambúlica da hipnose, e mesmo
os outros podem se beneficiar de fenômenos como analgesia e
anestesia, por exemplo.
O paciente não responsivo à hipnose num dado momento pode sêlo
com mais treinamento ou com outra abordagem (outra técnica), ou
com outro hipnólogo, ou talvez ainda com o mesmo hipnólogo e técnica
em outra oportunidade ou em outra fase da vida.
De um modo geral, acredita-se que pessoas inteligentes e de
personalidade bem ajustada tenham maior facilidade de aprender a
entrar em hipnose.
Pode ser difícil explicar e conseguir cooperação de um paciente com
pouca instrução ou com déficit cognitivo ou de atenção.
O uso de sedativos e outras medicações que afetam o Sistema
Nervoso Central pode dificultar a concentração e interferir no
aprendizado da hipnose.
Certos pacientes, ainda, vão necessitar de estímulos de natureza
ergotrópica para experimentar alterações em sua
consciência.
Em resumo, pode-se afirmar que a habilidade de entrar em estado
hipnótico é latente em todos os indivíduos, e que pode ser desenvolvida
pela prática. Semelhante a outras, como a habilidade de tocar um
instrumento musical ou aprender línguas, as pessoas vão variar na
velocidade de aprendizagem e no grau de perfeição que alcançam.
Hipnose em Crianças
Crianças são especialmente suscetíveis à hipnose e podem se
beneficiar muito com seu aprendizado.
Um recurso muito utilizado é o treinamento dos pais em técnicas de
ensino com hipnose, chamadas hipnopedia. Os pais são reeducados na
maneira de se comunicar com a criança; ensinados a estabelecer
rapport com os filhos gradualmente durante o sono; e são construídos
sugestionamentos a serem realizados visando objetivos terapêuticos.
Continua...
melhor”. Já parece ótimo, não parece?
Classicamente, costuma-se distribuir a população em relação aos fenômenos hipnóticos em uma primeira sessão da seguinte forma:
5% Não responsivos
95% Etapa hipnoidal
85% Etapa leve
60% Etapa média
15% Etapa profunda
10% Sonambulismo
Quanto mais flexível e dotado de recursos e técnicas o hipnólogo,
maior a possibilidade de levar o paciente a aprender hipnose e aos
estágios mais profundos, ou de alcançar objetivos utilizando os estágios
mais superficiais. Muitos hipnólogos conseguem resultados muito
superiores ao mencionado acima.
Em minha série pessoal, que inclui pacientes de consultório,
internados em hospitais e voluntários para sessões experimentais, com
2 a 3 sessões de treinamento de 70 a 80% dos pacientes aprendem a
desenvolver as etapas profunda e sonambúlica da hipnose, e mesmo
os outros podem se beneficiar de fenômenos como analgesia e
anestesia, por exemplo.
O paciente não responsivo à hipnose num dado momento pode sêlo
com mais treinamento ou com outra abordagem (outra técnica), ou
com outro hipnólogo, ou talvez ainda com o mesmo hipnólogo e técnica
em outra oportunidade ou em outra fase da vida.
De um modo geral, acredita-se que pessoas inteligentes e de
personalidade bem ajustada tenham maior facilidade de aprender a
entrar em hipnose.
Pode ser difícil explicar e conseguir cooperação de um paciente com
pouca instrução ou com déficit cognitivo ou de atenção.
O uso de sedativos e outras medicações que afetam o Sistema
Nervoso Central pode dificultar a concentração e interferir no
aprendizado da hipnose.
Certos pacientes, ainda, vão necessitar de estímulos de natureza
ergotrópica para experimentar alterações em sua
consciência.
Em resumo, pode-se afirmar que a habilidade de entrar em estado
hipnótico é latente em todos os indivíduos, e que pode ser desenvolvida
pela prática. Semelhante a outras, como a habilidade de tocar um
instrumento musical ou aprender línguas, as pessoas vão variar na
velocidade de aprendizagem e no grau de perfeição que alcançam.
Hipnose em Crianças
Crianças são especialmente suscetíveis à hipnose e podem se
beneficiar muito com seu aprendizado.
Um recurso muito utilizado é o treinamento dos pais em técnicas de
ensino com hipnose, chamadas hipnopedia. Os pais são reeducados na
maneira de se comunicar com a criança; ensinados a estabelecer
rapport com os filhos gradualmente durante o sono; e são construídos
sugestionamentos a serem realizados visando objetivos terapêuticos.
Continua...
quarta-feira, 8 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
O que é o ciúme?
Considerada uma das emoções humanas mais potentes, já todos nós sentimos ciúmes numa ou noutra altura das nossas vidas. Dependendo da nossa personalidade, situação e circunstâncias envolventes, o ciúme pode variar em termos de tipo e de grau de intensidade. Embora existam pessoas com mais e menos tendência para serem ciumentas, a verdade é que ninguém lhe escapa.
Definições comuns
Embora os ciúmes sejam quase exclusivamente um sentimento íntimo, apenas partilhado entre o casal, a sua presença no dia-a-dia é altamente mediática, sendo mesmo o tema central de milhares de filmes, livros, músicas e outras manifestações artísticas. O dicionário português da Porto Editora apresenta três definições para a palavra ciúme:
1.“Inveja de alguém que usufrui de uma situação ou de algo que não se possui ou que se desejaria possuir em exclusividade.”
2.“Sentimento de possessividade em relação a algo ou alguém.”
3.“Sentimento gerado pelo desejo de conservar alguém junto de si ou por não conseguir partilhar afectivamente essa pessoa; sentimento gerado pela suspeita da infidelidade de um parceiro.”
Origens escaldantes
A própria palavra “jealous” em inglês tem uma origem curiosa: vem da palavra “jalousie” que é uma derivação da palavra francesa para ciumento – “jaloux”. Esta, por sua vez, está relacionada com a palavra “zelosus” que em latim significa “cheio de zelo”. Se recuarmos mais um pouco, encontramos o termo grego “zelos” que está associado ao conceito de “ferver” ou “fermentar”. No mínimo, curioso…
Sentimentos à flor da pele
O ciúme é sentido por pessoas de todas as idades, os especialistas dizem que até bebés muito novos experimentam esta emoção que, no fundo, pode ser representada por um turbilhão de emoções e exteriorizada através de diversos tipos de comportamentos. Quem sente ciúmes tem, por norma, pensamentos e sentimentos negativos em relação à ameaça de perda de algo que possui e que lhe é muito importante e precioso. Juntamente com a própria emoção que é o ciúme, juntam-se várias outras emoções, igualmente poderosas: medo, ansiedade, incerteza, insegurança, desconfiança, humilhação, tristeza, desgosto, raiva, descontrole, vingança, depressão…
O amor e os ciúmes
Se há algum aspecto da vida em que os ciúmes são mais dominantes é na esfera amorosa. Aliás, um dos temas mais recorrentes em matéria de ciúmes é, sem dúvida, a existência (real ou não) de uma terceira pessoa que ameaça o relacionamento de um casal. Se um dos elementos de determinado casal se sentir ameaçado por alguma coisa ou alguém que possa retirar-lhe a pessoa amada, é aí que os ciúmes falam mais alto. Embora os ciúmes sejam uma parte integrante e normal da natureza humana e das relações pessoais e profissionais, existem vários tipos de ciúmes, a começar pelos ciúmes inocentes e inofensivos; terminando nos ciúmes obsessivos e até perigosos. Enquanto algumas pessoas conseguem lidar bem com essa emoção e todas as outras que o ciúme provoca, dificilmente exteriorizando aquilo que sentem; outras não conseguem conter esses ciúmes e precisam de os expressar ao seu companheiro(a), quer em tom de vitimização e protecção, quer em tom acusatório e possessivo.
“O ciúme nasce sempre do amor, mas nem sempre morre com ele.”
- François de la Rochefoucauld (escritor francês do século XVII)
Continua...
Definições comuns
Embora os ciúmes sejam quase exclusivamente um sentimento íntimo, apenas partilhado entre o casal, a sua presença no dia-a-dia é altamente mediática, sendo mesmo o tema central de milhares de filmes, livros, músicas e outras manifestações artísticas. O dicionário português da Porto Editora apresenta três definições para a palavra ciúme:
1.“Inveja de alguém que usufrui de uma situação ou de algo que não se possui ou que se desejaria possuir em exclusividade.”
2.“Sentimento de possessividade em relação a algo ou alguém.”
3.“Sentimento gerado pelo desejo de conservar alguém junto de si ou por não conseguir partilhar afectivamente essa pessoa; sentimento gerado pela suspeita da infidelidade de um parceiro.”
Origens escaldantes
A própria palavra “jealous” em inglês tem uma origem curiosa: vem da palavra “jalousie” que é uma derivação da palavra francesa para ciumento – “jaloux”. Esta, por sua vez, está relacionada com a palavra “zelosus” que em latim significa “cheio de zelo”. Se recuarmos mais um pouco, encontramos o termo grego “zelos” que está associado ao conceito de “ferver” ou “fermentar”. No mínimo, curioso…
Sentimentos à flor da pele
O ciúme é sentido por pessoas de todas as idades, os especialistas dizem que até bebés muito novos experimentam esta emoção que, no fundo, pode ser representada por um turbilhão de emoções e exteriorizada através de diversos tipos de comportamentos. Quem sente ciúmes tem, por norma, pensamentos e sentimentos negativos em relação à ameaça de perda de algo que possui e que lhe é muito importante e precioso. Juntamente com a própria emoção que é o ciúme, juntam-se várias outras emoções, igualmente poderosas: medo, ansiedade, incerteza, insegurança, desconfiança, humilhação, tristeza, desgosto, raiva, descontrole, vingança, depressão…
O amor e os ciúmes
Se há algum aspecto da vida em que os ciúmes são mais dominantes é na esfera amorosa. Aliás, um dos temas mais recorrentes em matéria de ciúmes é, sem dúvida, a existência (real ou não) de uma terceira pessoa que ameaça o relacionamento de um casal. Se um dos elementos de determinado casal se sentir ameaçado por alguma coisa ou alguém que possa retirar-lhe a pessoa amada, é aí que os ciúmes falam mais alto. Embora os ciúmes sejam uma parte integrante e normal da natureza humana e das relações pessoais e profissionais, existem vários tipos de ciúmes, a começar pelos ciúmes inocentes e inofensivos; terminando nos ciúmes obsessivos e até perigosos. Enquanto algumas pessoas conseguem lidar bem com essa emoção e todas as outras que o ciúme provoca, dificilmente exteriorizando aquilo que sentem; outras não conseguem conter esses ciúmes e precisam de os expressar ao seu companheiro(a), quer em tom de vitimização e protecção, quer em tom acusatório e possessivo.
“O ciúme nasce sempre do amor, mas nem sempre morre com ele.”
- François de la Rochefoucauld (escritor francês do século XVII)
Continua...
segunda-feira, 6 de junho de 2011
5 passos para lidar com um ex-namorado(a) ciumento
Os ciúmes podem marcar muito as relações amorosas e a verdade é que podem persistir mesmo quando uma relação entre duas pessoas chega ao fim. Seja porque a decisão de terminar o relacionamento não foi unânime, seja porque o seu ex não consegue aceitar o facto que tem um novo amor na sua vida, é importante saber lidar com um ex-namorado(a) ciumento.
O fim é mesmo o fim
Se terminar uma relação com uma pessoa que já é, em si, muito ciumenta, ou seja, demonstrou sempre muitos ciúmes durante o tempo em que estiveram juntos, é importante que o fim do relacionamento seja claro. A partir do momento em que coloca o ponto final na relação e não tem qualquer dúvida sobre essa decisão, a outra pessoa deve perceber que é o fim e que não há qualquer hipótese de reconciliação. Explique muito bem os motivos que levaram à tomada de decisão, seja 100% honesto, não responda a acusações, nem dê motivos para discussões. Proponha que cada um siga a sua vida e que sejam ambos muito felizes – este é um excelente momento para recomeçarem.
Comunicação cortada
O que sucede com muitas pessoas ciumentas no fim de um relacionamento é que não são capazes de largar em definitivo o seu parceiro(a). Um ex ciumento pode estar constantemente a telefonar, enviar mensagens, emails ou twitts ao outro elemento, o que torna a ideia de cada um virar um capítulo novo na sua vida, muito mais difícil. Se tiver um ex-namorado(a) ciumento que não aceita o fim da relação, terá de cortar toda e qualquer forma de comunicação que ainda mantém com essa pessoa. Por mais que custe, não atenda os seus telefonemas, não responda aos seus SMS, deixe de ser seu follower no Twitter, não seja seu amigo no Facebook. Este corte na linha de comunicação pode ser temporário, pode ser definitivo – o importante é que o faça. Só assim conseguirá passar a mensagem de que tudo acabou definitivamente e que não admite esta constante invasão de privacidade e cenas de ciúmes – dará ainda à outra pessoa alguns motivos para parar e refletir acerca daquilo que está a fazer.
Conversar frente-a-frente
Por vezes, a insistência e a perseguição – principalmente a presencial! – é tão forte que pode sentir a necessidade de conversar frente-a-frente com o seu ex-namorado(a), na tentativa de chamar-lhe à razão e fazê-lo perceber que os seus ciúmes estão não só a destabilizar o seu dia-a-dia, como não estão a permitir que essa pessoa siga a sua vida. Evite mencionar que também não está a conseguir andar para a frente (pode dar à outra pessoa uma esperança que na realidade não existe!): antes pelo contrário, diga-lhe que já seguiu em frente e que quer que ele/ela faça o mesmo, para o seu bem! Seja direto, claro e assertivo, sem nunca vacilar na sua posição – se ainda não o fez, este pode ser o momento ideal para comunicar à outra pessoa que será também colocado um ponto final em todas as formas de comunicação daqui para a frente. Se receia uma cena por parte do seu ex-namorado(a) ciumento, não combine este encontro num local público; por outro lado, se prefere não estar sozinho com ele/ela peça a um familiar ou amigo para estar em casa (de preferência noutra divisão) na hora da vossa conversa.
Encontros casuais
É natural que passado muito ou pouco tempo depois do fim do relacionamento, possa encontrar o seu ex, principalmente se têm o mesmo círculo de amigos, trabalham na mesma empresa ou frequentam os mesmos locais. Por mais constrangedores que estes encontros possam ser, recomenda-se que seja o mais cordial possível – cumprimente o seu ex e as pessoas com quem estiver se for o caso, apresente a sua companhia (sim, mesmo que seja um novo amor!). O pior que pode acontecer é a outra pessoa não responder aos seus cumprimentos, o que apenas irá fazer com que essa pessoa “fique mal na fotografia”. Seja civilizado, seja superior. Se houver uma cena de ciúmes, vire costas e retire-se do local o mais rapidamente possível – não entre em discussões, afinal de contas, vocês já nem são um casal. Nem todas as pessoas conseguem ser amigos após o fim de uma relação, mas pelo menos tentou.
Ação legal
Todos sabemos que existem pessoas que podem levar os seus ciúmes a um extremo, provocando medo e apreensão no seu ex-companheiro. Se sentir que esse é o seu caso, ou seja, se já tentou tudo e, mesmo assim, o seu ex continua a persegui-lo com os seus ciúmes e/ou sente que possa estar em perigo, deve procurar ajuda. A não ser que seja uma emergência, converse primeiramente com um advogado antes de envolver a polícia. Uma carta de um advogado pode ser exatamente o que a pessoa precisa para, pelo menos, tentar controlar os seus ciúmes.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Psicologia e Cinema.
SINOPSE
Chris Nielsen (Robin Williams), Annie (Annabella Sciorra), sua esposa, e os filhos do casal fazem uma família feliz. Mas os jovens morrem em um acidente e o casal é bastante afetado, principalmente Annie. No entanto, eles superam a morte dos filhos e conseguem levar suas vidas adiante, mas quatro anos depois é a vez de Chris morrer em um acidente e ser mandado para o Paraíso. Mas não um Céu com arcanjos e harpas, pois lá cada um tem um universo particular e o dele é uma pintura (sua mulher coordenava uma galeria de arte). Enquanto tenta entender o Paraíso, onde tudo pode acontecer, bastando que apenas deseje realmente, Chris fica sabendo que Annie, dominada pela dor, comete suicídio. Assim, ele nunca poderá encontrá-la, pois os suicidas são mandados para outro lugar. Mesmo assim decide tentar achá-la, apesar de ser avisado que mesmo que a encontre, ela nunca o reconhecerá.
ASSUNTO
Luto, depressão, relações familiares, afetivas, casal e família, auto-suporte, empatia, espiritual.
O modelo do homem em travessia é muito rico para pensarmos o percurso pelo qual atravessamos a vida do nascimento até a morte, alguns podem acreditar que atravessamos para além da morte ou para além desta vida, conhecemos muito pouco a respeito do “lugar” de onde viemos e talvez menos ainda de para onde vamos. Assim nos resta a travessia/passagem, é com isto que podemos contar, é até aí “que a vista alcança” e aonde a visão não alcança, a gente sonha, imagina, faz filme, quem sabe arte, quem sabe psicanálise buscando encontrar alguma forma tolerável para este não saber que pode ser vivido como imenso desamparo.
Mas e quando durante o caminho não é possível sonhar, filmar, imaginar, fazer arte a partir da angústia do viver, da angústia de estar exposto as condições do caminho que não escolhemos e por vezes sequer conhecemos , para onde vai a “alma” errante e desamparada? Não para onde vai a alma depois da morte, mas para onde vai a alma durante a vida?
Este filme nos apresenta imagens de almas “penadas”, que vagam por uma espécie de limbo, o vale dos suicidas, um lugar qualquer, nem céu, nem inferno, possivelmente mais horroroso do que o próprio inferno. Provavelmente, ali estão os que sucumbiram à angústia do viver humano tão “desamparado” e buscando se livrar da travessia recorreram à onipotência, concorrendo com “Deus”, com o “Destino”, com o “Inexorável”, para dar conta/dar cabo da própria vida, sem precisar de mais nada ou ninguém e assim estão “pagando” por tamanha pretensão.
Um homem e uma mulher, que se encantam e se apaixonam, se unem e constituem uma família, nada mais antigo na história da humanidade, nada mais comum até os dias de hoje. Aqui a riqueza dos personagens não está propriamente na sua individualidade, mas na sua expressão como representantes da espécie humana em sua luta para sobreviver e dar algum sentido à vida (é interessante notar como os personagens ao longo do filme podem assumir diversas formas sem distinção de raça, cor, idade como na própria vida, nas suas questões universais/humanas).
Assim, o enredo vai se desenrolando, um homem, uma mulher, uma família tudo conforme o esperado e o natural, principalmente nos romances do cinema. Por um instante nos esquecemos do desamparo, os personagens expressam nossa crença necessária para sobreviver de que estamos no controle, escolhemos com quem nos casamos, quantos filhos teremos, quando e como, pensamos que podemos inclusive controlar o cardápio das crianças na escola e em casa, cuidamos da tarefa de casa e do uniforme e de repente eles saem de casa de carro e não voltam mais... E quando se está prestes a conseguir algum remédio para tamanha dor a situação se repete com o marido. Vamos e venhamos nós humanos não fomos talhados para isto, para tal horror, sem sentido, sem explicação, não é humano, seria divino ou diabólico?
Então a estória nos lembra do desamparo e do não saber e de como enfrentar tal realidade, uma dor sem fim, sem sentido que deixa os olhos “vidrados”, tira a consciência. Como se diz popularmente “desmaiou de dor”, “perdeu os sentidos, tamanha dor”. Como recobrar os sentidos, como voltar do desmaio, como resgatar a alma?
Nosso “colega”, diretor do filme ao nos apresentar os diversos planos e tempos, plano terreno x plano espiritual, passado x presente x futuro e a vida só como um suspiro na imensidão do universo, nos traz as diversas dimensões nas quais acontece nossa luta pelo resgate da alma.
O plano “terreno” onde não se encontra o sentido e aonde qualquer contato com a vida vem junto com a dor insuportável, viver significaria poder incluir a dor, isto não sendo possível o único recurso é eliminar a vida.
Porém, ainda contamos com o que se passa no plano “espiritual”, lá a luta continua, podemos então pensar quantas vezes entre os ditos vivos nos encontramos com “zumbis”, mortos - vivos que vagam pela vida sem vida, mas também sem a morte, com os olhos vidrados, sem poder alcançar a própria dor, ficando presos no limbo do não sentir,aqui vejo então uma representação não só da morte concretamente mas da morte em vida, onde a pessoa parece viva mas ao mesmo tempo não parece viver, talvez ocupada com esta busca que descrevemos, mas de forma tão íntima, tão particular que não se enxerga a “olho nu”.
Mas ainda na luta pelo resgate da alma pode se recorrer ao céu, o céu apresentado como “aqui tudo ganha a forma que você puder suportar você cria aquilo que agüenta ver e viver”, como diria o “poeta” “se posso pensar que deus sou eu”... A onipotência?...Mas aos poucos se observa indícios da presença de algo que vai além do que a “nossa vista alcança”, não se pode trazer quem não está lá, havia limites mesmo neste céu. Mas ainda assim há um filho menino/homem que diz ao pai:- Você pode fazer o que quiser. Apresenta-lhe o poder com os olhos do filho que vê no pai o super homem, isto não tem algo a ver com um conforto de ser super para alguém ou de contar com alguém que é super para nós, seria assim o céu? Ou seria o céu o lugar onde a filha menina/mulher busca a forma ideal para alcançar o olhar do pai? Somente quando já está a caminho de deixar o céu Cris pode ver a menina que sua filha é sem precisar mais ver só o que quer ver e só já lá bem mais perto do inferno o filho pode dizer:- “eu não sou você, você não controla minha vida” numa proposta de parceria diferente que pode ir até ao inferno... Mas sem os super poderes.
Então, Cris vai se afastando do céu, pois o céu não lhe traz de volta a sua alma (gêmea), não responde ao que busca, é preciso ir mais longe. Mas com quem se pode “descer” até o inferno ou ao vale dos suicidas? Quem tem condições de viajar por estas áreas, conhecer algo do caminho? Um filho? Um psicólogo? Um psicanalista? Quem pode ser o “barqueiro” com o qual podemos contar para viajar pelos nossos “vales de lágrimas”, pela nossa escuridão? Como viajar por “estes mundos” sem nos afundarmos e também sermos tragados e ficarmos lá.
Questão da vida, de como viver nossas dores pela travessia sem que elas nos inundem e impeçam a continuidade. Nosso personagem viaja até este inferno em busca da alma perdida da mulher, sua alma gêmea que não suportou as tragédias que teve que enfrentar? Ou teria ido atrás da própria alma? Alma que foi recuperando ao longo do percurso até lá, ao perceber a insuficiência do “céu”, ao reconhecer os filhos que pensava conhecer e ainda ao poder sentir a própria dor, conhecer seu próprio inferno que ainda não havia enfrentado até então?
Quando como psicanalistas estamos tentando resgatar “almas perdidas” em tanta dor, o quanto enfrentamos de nossos próprios infernos? Quanto resgatamos de nós mesmos, quando conseguimos alcançar nossos companheiros de viagem?
No entanto, como “barqueiros/psicanalistas” nos cabe o cuidado para não ficarmos lá, nós e o outro, para não nos perdermos neste caminho. Há a recomendação muito clara, não fique tempo demais, mas também há a recomendação, não olhe em volta, não se prenda aos “ensinamentos” e prevenções é preciso deixar para trás o que sabemos ou pensamos saber e olhar para o outro, ainda que seja o olhar difícil e “vidrado” do outro, a arma para sair do inferno é a possibilidade de um encontro de olhares que provoca uma reviravolta, um olhar que encontra o outro e a si mesmo. O resgate da alma e a recuperação para uma nova vida se dão pelo encontro que deixando a onipotência e suportando o desamparo recupera a chance de ser humano e participar do universo ao redor.
Como pessoas e em especial no nosso trabalho não podemos perder de vista a alma própria e a de quem está conosco e paradoxalmente constantemente lidamos com este risco.
Grotstein, psicanalista americano autor do livro “Quem é o sonhador que sonha o sonho”, nos fala do Espaço Psíquico e sua dimensionalidade que de alguma forma poderia corresponder às diversas dimensões apresentadas no filme a respeito dos planos onde pode acontecer nossa busca pela “alma perdida”. Este autor propõe que nossa mente também funciona em várias dimensões e que ao longo da vida o indivíduo “viaja” por elas quem sabe como Cris viaja pela terra, céu, inferno e assim passa por diversos estados de consciência conforme o período da vida e conforme as situações que precisa elaborar.
Sugere que o sujeito pode viver num estado de mente onde não há tempo ou espaço, ou o tempo e espaço são infinitos, sem limites como no “limbo” ou vale dos suicidas o estado de morto-vivo, onde não é possível nem saber da própria vida ou dor, não há nem a lembrança, é o desmaiar de dor que pode prender o indivíduo a esta dimensão, sem enxergar alternativas, um “infinito particular”. Numa outra dimensão tudo é urgente demais, terrível demais, a dor é percebida, sentida, porém como insuportável, como na visão unidimensional suicida do “assim não vale a pena viver” e o “assim” é de um jeito só e não há alternativas.
Ainda este autor, coloca que o trabalho psicanalítico (e eu penso que também o trabalho do viver) seria escapar a esta armadilha de ser dominado por uma única visão, para, quem sabe, poder alcançar a noção de continuidade no tempo e a partir daí encontrar um “lugar” para a dor em vida.
O filme termina com o “milagre” da vida que renasce, depois de todo o percurso cumprido.
Chris Nielsen (Robin Williams), Annie (Annabella Sciorra), sua esposa, e os filhos do casal fazem uma família feliz. Mas os jovens morrem em um acidente e o casal é bastante afetado, principalmente Annie. No entanto, eles superam a morte dos filhos e conseguem levar suas vidas adiante, mas quatro anos depois é a vez de Chris morrer em um acidente e ser mandado para o Paraíso. Mas não um Céu com arcanjos e harpas, pois lá cada um tem um universo particular e o dele é uma pintura (sua mulher coordenava uma galeria de arte). Enquanto tenta entender o Paraíso, onde tudo pode acontecer, bastando que apenas deseje realmente, Chris fica sabendo que Annie, dominada pela dor, comete suicídio. Assim, ele nunca poderá encontrá-la, pois os suicidas são mandados para outro lugar. Mesmo assim decide tentar achá-la, apesar de ser avisado que mesmo que a encontre, ela nunca o reconhecerá.
ASSUNTO
Luto, depressão, relações familiares, afetivas, casal e família, auto-suporte, empatia, espiritual.
O modelo do homem em travessia é muito rico para pensarmos o percurso pelo qual atravessamos a vida do nascimento até a morte, alguns podem acreditar que atravessamos para além da morte ou para além desta vida, conhecemos muito pouco a respeito do “lugar” de onde viemos e talvez menos ainda de para onde vamos. Assim nos resta a travessia/passagem, é com isto que podemos contar, é até aí “que a vista alcança” e aonde a visão não alcança, a gente sonha, imagina, faz filme, quem sabe arte, quem sabe psicanálise buscando encontrar alguma forma tolerável para este não saber que pode ser vivido como imenso desamparo.
Mas e quando durante o caminho não é possível sonhar, filmar, imaginar, fazer arte a partir da angústia do viver, da angústia de estar exposto as condições do caminho que não escolhemos e por vezes sequer conhecemos , para onde vai a “alma” errante e desamparada? Não para onde vai a alma depois da morte, mas para onde vai a alma durante a vida?
Este filme nos apresenta imagens de almas “penadas”, que vagam por uma espécie de limbo, o vale dos suicidas, um lugar qualquer, nem céu, nem inferno, possivelmente mais horroroso do que o próprio inferno. Provavelmente, ali estão os que sucumbiram à angústia do viver humano tão “desamparado” e buscando se livrar da travessia recorreram à onipotência, concorrendo com “Deus”, com o “Destino”, com o “Inexorável”, para dar conta/dar cabo da própria vida, sem precisar de mais nada ou ninguém e assim estão “pagando” por tamanha pretensão.
Um homem e uma mulher, que se encantam e se apaixonam, se unem e constituem uma família, nada mais antigo na história da humanidade, nada mais comum até os dias de hoje. Aqui a riqueza dos personagens não está propriamente na sua individualidade, mas na sua expressão como representantes da espécie humana em sua luta para sobreviver e dar algum sentido à vida (é interessante notar como os personagens ao longo do filme podem assumir diversas formas sem distinção de raça, cor, idade como na própria vida, nas suas questões universais/humanas).
Assim, o enredo vai se desenrolando, um homem, uma mulher, uma família tudo conforme o esperado e o natural, principalmente nos romances do cinema. Por um instante nos esquecemos do desamparo, os personagens expressam nossa crença necessária para sobreviver de que estamos no controle, escolhemos com quem nos casamos, quantos filhos teremos, quando e como, pensamos que podemos inclusive controlar o cardápio das crianças na escola e em casa, cuidamos da tarefa de casa e do uniforme e de repente eles saem de casa de carro e não voltam mais... E quando se está prestes a conseguir algum remédio para tamanha dor a situação se repete com o marido. Vamos e venhamos nós humanos não fomos talhados para isto, para tal horror, sem sentido, sem explicação, não é humano, seria divino ou diabólico?
Então a estória nos lembra do desamparo e do não saber e de como enfrentar tal realidade, uma dor sem fim, sem sentido que deixa os olhos “vidrados”, tira a consciência. Como se diz popularmente “desmaiou de dor”, “perdeu os sentidos, tamanha dor”. Como recobrar os sentidos, como voltar do desmaio, como resgatar a alma?
Nosso “colega”, diretor do filme ao nos apresentar os diversos planos e tempos, plano terreno x plano espiritual, passado x presente x futuro e a vida só como um suspiro na imensidão do universo, nos traz as diversas dimensões nas quais acontece nossa luta pelo resgate da alma.
O plano “terreno” onde não se encontra o sentido e aonde qualquer contato com a vida vem junto com a dor insuportável, viver significaria poder incluir a dor, isto não sendo possível o único recurso é eliminar a vida.
Porém, ainda contamos com o que se passa no plano “espiritual”, lá a luta continua, podemos então pensar quantas vezes entre os ditos vivos nos encontramos com “zumbis”, mortos - vivos que vagam pela vida sem vida, mas também sem a morte, com os olhos vidrados, sem poder alcançar a própria dor, ficando presos no limbo do não sentir,aqui vejo então uma representação não só da morte concretamente mas da morte em vida, onde a pessoa parece viva mas ao mesmo tempo não parece viver, talvez ocupada com esta busca que descrevemos, mas de forma tão íntima, tão particular que não se enxerga a “olho nu”.
Mas ainda na luta pelo resgate da alma pode se recorrer ao céu, o céu apresentado como “aqui tudo ganha a forma que você puder suportar você cria aquilo que agüenta ver e viver”, como diria o “poeta” “se posso pensar que deus sou eu”... A onipotência?...Mas aos poucos se observa indícios da presença de algo que vai além do que a “nossa vista alcança”, não se pode trazer quem não está lá, havia limites mesmo neste céu. Mas ainda assim há um filho menino/homem que diz ao pai:- Você pode fazer o que quiser. Apresenta-lhe o poder com os olhos do filho que vê no pai o super homem, isto não tem algo a ver com um conforto de ser super para alguém ou de contar com alguém que é super para nós, seria assim o céu? Ou seria o céu o lugar onde a filha menina/mulher busca a forma ideal para alcançar o olhar do pai? Somente quando já está a caminho de deixar o céu Cris pode ver a menina que sua filha é sem precisar mais ver só o que quer ver e só já lá bem mais perto do inferno o filho pode dizer:- “eu não sou você, você não controla minha vida” numa proposta de parceria diferente que pode ir até ao inferno... Mas sem os super poderes.
Então, Cris vai se afastando do céu, pois o céu não lhe traz de volta a sua alma (gêmea), não responde ao que busca, é preciso ir mais longe. Mas com quem se pode “descer” até o inferno ou ao vale dos suicidas? Quem tem condições de viajar por estas áreas, conhecer algo do caminho? Um filho? Um psicólogo? Um psicanalista? Quem pode ser o “barqueiro” com o qual podemos contar para viajar pelos nossos “vales de lágrimas”, pela nossa escuridão? Como viajar por “estes mundos” sem nos afundarmos e também sermos tragados e ficarmos lá.
Questão da vida, de como viver nossas dores pela travessia sem que elas nos inundem e impeçam a continuidade. Nosso personagem viaja até este inferno em busca da alma perdida da mulher, sua alma gêmea que não suportou as tragédias que teve que enfrentar? Ou teria ido atrás da própria alma? Alma que foi recuperando ao longo do percurso até lá, ao perceber a insuficiência do “céu”, ao reconhecer os filhos que pensava conhecer e ainda ao poder sentir a própria dor, conhecer seu próprio inferno que ainda não havia enfrentado até então?
Quando como psicanalistas estamos tentando resgatar “almas perdidas” em tanta dor, o quanto enfrentamos de nossos próprios infernos? Quanto resgatamos de nós mesmos, quando conseguimos alcançar nossos companheiros de viagem?
No entanto, como “barqueiros/psicanalistas” nos cabe o cuidado para não ficarmos lá, nós e o outro, para não nos perdermos neste caminho. Há a recomendação muito clara, não fique tempo demais, mas também há a recomendação, não olhe em volta, não se prenda aos “ensinamentos” e prevenções é preciso deixar para trás o que sabemos ou pensamos saber e olhar para o outro, ainda que seja o olhar difícil e “vidrado” do outro, a arma para sair do inferno é a possibilidade de um encontro de olhares que provoca uma reviravolta, um olhar que encontra o outro e a si mesmo. O resgate da alma e a recuperação para uma nova vida se dão pelo encontro que deixando a onipotência e suportando o desamparo recupera a chance de ser humano e participar do universo ao redor.
Como pessoas e em especial no nosso trabalho não podemos perder de vista a alma própria e a de quem está conosco e paradoxalmente constantemente lidamos com este risco.
Grotstein, psicanalista americano autor do livro “Quem é o sonhador que sonha o sonho”, nos fala do Espaço Psíquico e sua dimensionalidade que de alguma forma poderia corresponder às diversas dimensões apresentadas no filme a respeito dos planos onde pode acontecer nossa busca pela “alma perdida”. Este autor propõe que nossa mente também funciona em várias dimensões e que ao longo da vida o indivíduo “viaja” por elas quem sabe como Cris viaja pela terra, céu, inferno e assim passa por diversos estados de consciência conforme o período da vida e conforme as situações que precisa elaborar.
Sugere que o sujeito pode viver num estado de mente onde não há tempo ou espaço, ou o tempo e espaço são infinitos, sem limites como no “limbo” ou vale dos suicidas o estado de morto-vivo, onde não é possível nem saber da própria vida ou dor, não há nem a lembrança, é o desmaiar de dor que pode prender o indivíduo a esta dimensão, sem enxergar alternativas, um “infinito particular”. Numa outra dimensão tudo é urgente demais, terrível demais, a dor é percebida, sentida, porém como insuportável, como na visão unidimensional suicida do “assim não vale a pena viver” e o “assim” é de um jeito só e não há alternativas.
Ainda este autor, coloca que o trabalho psicanalítico (e eu penso que também o trabalho do viver) seria escapar a esta armadilha de ser dominado por uma única visão, para, quem sabe, poder alcançar a noção de continuidade no tempo e a partir daí encontrar um “lugar” para a dor em vida.
O filme termina com o “milagre” da vida que renasce, depois de todo o percurso cumprido.
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