terça-feira, 30 de novembro de 2010

Complicações do Amor e Amor Patológico 6ª parte

Sofrimento no Amor e Amor Patológico
Algumas vezes circunstâncias patológicas podem causar sofrimento no amor, circunstâncias adversas em um dos amantes tornam o relacionamento muito problemático. Entre essas alterações temos, por exemplo, O Amor Patológico, os Transtornos de Personalidade, Transtornos no Controle dos Impulsos, Transtornos Afetivos, etc. Vejamos cada um deles:




1. - Amor Patológico

Embora se reconheça absolutamente a existência do Amor Patológico, sua caracterização clínica é ainda um pouco imprecisa. Havendo associação do Amor Patológico com algum transtorno psiquiátrico, a gravidade e manutenção deste alimentaria esses relacionamentos tensos e conturbados.


Alguns autores (Donnellan, 2005) descreveram o quadro de Amor Patológico como fenômeno decorrente de transtornos ansiosos e depressivos incidindo sobre personalidades específicas. Assim, em determinadas personalidades, diante de um eventual estado de estresse prolongado haveria exagerada liberação adrenérgica, predispondo a pessoa a extrema ansiedade, angústia, insegurança (entre outros fenômenos mais patológicos) favorecendo o surgimento do Amor Patológico.

Como acontece com o dependente químico, que se adere à "droga de escolha" para alívio da angústia, ansiedade, inibição psíquica, busca do prazer, o portador de Amor Patológico acredita que conseguirá tudo isso através do lenitivo proporcionado pelo “parceiro de escolha” (Eglacy, 2006).


No início do sentimento amoroso, ocorre sempre uma agradável sensação de bem estar. Mesmo que a pessoa tenha depressão, a paixão exerce um efeito estimulante capaz de proporcionar alívio da angústia e dos sintomas depressivos. Esse bem estar inicial decorre da liberação de adrenalina desencadeada pela sensação amorosa (Simon, 1982).


Ainda segundo Simon, um estudo realizado na década de 80 no New York State Psychiatric Institute constatou que o amor excessivo pode provocar no Sistema Nervoso Central um estado de euforia similar ao induzido por uso de anfetamina. Segundo esse estudo, o amor produziria uma substância intoxicante: a feniletilamina. Isso explicaria, de certa forma, o forte desejo por chocolate - que contém feniletilamina - entre os portadores de Amor Patológico, quando na ausência do companheiro.

Por essa teoria, seria a privação do objeto amado e não o amor, propriamente dito, a causa dos sintomas desagradáveis do Amor Patológico, pois, o parceiro amado traria sensação de bem estar e alívio da angústia.


E de fato, parece não ser mesmo o sentimento de amor o causador dos malefícios do Amor Patológico, mas sim o medo da pessoa ficar só, o temor de vir a ser abandonada, de não ser valorizada. Isso tudo é que origina a falta de liberdade em relação às próprias condutas, o grande desconforto emocional e submissão obsessiva da pessoa portadora de Amor Patológico.


Portanto, em termos psicológicos parece que o “defeito” da patologia do amor não é o amor em si, propriamente dito, aquele amor “da atenção, carinho, zelo e cuidados em relação à pessoa amada”, citado acima. O Amor Patológico, por sua vez, parece ser descendente direto do medo, do medo egoísta de ficar só, do medo de alguém mais merecedor conquistar a pessoa amada, medo de não ter seu valor reconhecido como gostaria, de não estar recebendo o amor que acha merecido, de vir a ser abandonado (Moss, 1995). Seria, portanto, muito mais um defeito do caráter de quem “acha” que ama demais, do que do sentimento amor.

De modo geral, o aspecto central no Amor Patológico é o comportamento repetitivo e sem controle de prestar cuidados e atenção (desmedidos ou não) ao objeto amado com a intenção de receber o seu afeto e evitar a perda. Para o diagnóstico é importante que essa atitude “zelosa” excessiva seja mantida mesmo diante de evidências concretas de que está sendo prejudicial para alguém.


Na realidade, parece que a alteração principal é no Ego do próprio paciente (invariavelmente inflado), que experimenta um pavor de sofrer a perda da pessoa amada, um medo gigantesco de não ser correspondido, um sentimento apavorante de ser traído, enfim, parece que a própria pessoa amada é apenas coadjuvante no relacionamento.

Continua...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Psicologia e Cinema

Assunto

Relação terapêutica, Doença degenerativa, Postura médixa X portura familiar, método científico, fenomenologia existencialismo..



baseado em história real, questiona a arrogância titulada, instituída e o intelectualismo desencantado do mundo: o saber cientificista, abstrato e sisudo, profundamente desvinculado do humano; um saber que não mergulha no mar da humanidade, um saber desumanizado por um método que despreza a intuição e amplia a vaidade. A produção "O Óleo de Lorenzo" exibea arrogância, dos guardiões do saber científico que não permitem concorrência, conduzindo o espectador a uma profunda reflexão acerca da contradição entre o saber científico acumulado pela academia e o saber não reconhecido no ambiente acadêmico. A curiosidade e a intuição dos Odone's se mostraram mais forte que o saber mítico constituído, e, buscam a compreensão do fenômeno que interefere no processo bioquímico que causa a molétia do filho, passando a desagradar os representantes da ciência, ao agir diretamente sobrea natureza e controlar a até então encontrolável licodistofia.Não é um filme água com açúcar; é denso, desafiador, que exige uma reflexão, e que nos ensina uma lição muito antiga e óbvia: SE NÓS NÃO AGIRMOS, NINGUÉM O FARÁ POR NÓS! 

A exibição desse filme deveria ser obrigatória para todos os estudantes de medicina e para os médicos já formados.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Como escolher uma abordagem – parte 2 final


Para escolher uma abordagem, é necessário conhecer sua (1) filosofia de homem, (2) a maneira como descreve as relações dos homens com o mundo e (3) seu sistema de intervenção, críticas e pesquisas sobre seus resultados. Neste texto, discutirei brevemente cada uma dessas características. O objetivo é que, em posse de informações, os estudantes possam decidir melhor sua abordagem.


FILOSOFIA

Vou explicar sobre filosofia de forma bem simplificada. As diferentes abordagens compreendem o humano de maneiras particulares. Enquanto a psicanálise e a análise do comportamento são deterministas, o humanismo e o existencialismo descrevem o homem com mais liberdade. Há abordagens que consideram o homem como um ser indivisível (análise do comportamento e alguns cognitivistas) e outros o separam em mente e corpo (psicanálise, humanismo). Algumas abordagens consideram o homem como um ser com uma busca, outras não estipulam qualquer natureza humana.

Antes de escolher uma abordagem, é necessário investigar qual delas tem uma visão de homem mais compatível com a maneira como você compreende o mundo. Outra opção é se deixar convencer por novas visões de homem. Abordagens mais voltadas para a ciência tendem a ser mais deterministas e não estabelecer natureza humana; abordagens mais filosóficas entendem o homem como um ser em busca de realização, mas possuem pouca ou nenhuma confirmação de seus resultados. A melhor alternativa é estudar e estudar antes de escolher.



HOMEM E MUNDO E OBJETO DE ESTUDO


Um pouco baseada na filosofia, cada abordagem tem uma teoria de como homem e mundo se relacionam. A abordagem cognitiva, por exemplo, enfatiza a importância do pensamento na construção dos comportamentos e sentimentos. A psicanálise foca processos inconscientes como os determinantes do homem. A análise do comportamento, por sua vez, enfatiza mais variáveis ambientais que estão fora e dentro do homem como causas dos comportamentos.

O aluno também deve prestar atenção ao objeto de estudo de cada abordagem. Para os analistas do comportamento, por exemplo, a Psicologia deve estudar o comportamento, compreendido como relação entre respostas externas e internas e o ambiente externo e interno. Os psicanalistas preocupam-se com a dinânica dos investimentos inconscientes. A ciência cognitiva foca pensamentos, crenças e regras. Novamente, somente estudo pode ajudar o estudante a tomar uma decisão.


SISTEMA DE INTERVENÇÃO E PESQUISAS

A filosofia e a teoria sobre a relação homem e mundo determinam o sistema de intervenção de uma abordagem. Há indicações sobre como lidar com todos os transtornos conhecidos? Existe uma literatura detalhada sobre intervenções em diferentes contextos? Existem pesquisas mostrando a efetividade das intervenções propostas? Como são feitas as críticas a cada abordagem?

A melhor maneira de responder a essas perguntas é procurar por revistas científicas (ou journals internacionais) sobre a abordagem. Livros podem ajudar, mas é nos artigos que as intervenções são, de fato, avaliadas.
DICA MINHA


Pessoalmente, escolhi a minha abordagem baseado em sua estreita relação com a ciência. Conheço colegas que escolheram abordagens por elas terem sistemas teóricos FÁCEIS de serem aprendidos. Outros, por preferência estética (a abordagem falava de modo bonito). Acredito que meus colegas tomaram a decisão errada.

Psicólogos são profissionais que lidam com pessoas em dificuldades. Temos que oferecer a elas um serviço de qualidade, e não um serviço baseado em nossas preferências. Portanto, sugiro que você escolha uma abordagem analisando, prioritariamente, seus resultados e pesquisas. Lembre-se que você será um profissional e deve ser competente ao intervir.

Boa sorte.


Robson Brino Faggiani


Postei essa reportagem por achar que tem tudo a ver com quem esta começando em psicologia.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Complicações do Amor e Amor Patológico 5ª parte

Evolução do Amor ou mudanças no Comportamento Amoroso?



As mudanças no comportamento amoroso não significam mudanças no sentimento do amor. Os índices crescentes de divórcios e separações, a fugacidade dos relacionamentos, o grande número de pessoas que moram sozinhas, homens e mulheres se casando mais tarde, a diminuição do número de filhos, maior número de famílias mantidas exclusivamente pela mulher (Jablonski, 1998; U. S. Census Bureau, 1998), são constatações que sugerem alguma mudança nas relações amorosas.


Não há dúvidas de que o comportamento amoroso mudou, talvez em decorrência das mudanças ocorridas na sociedade em geral, em decorrência da liberdade sexual ou como conseqüência da crescente preocupação hedonista das pessoas, enfim, a certeza é que o comportamento amoroso atual tem outras características.

O comportamento amoroso sofre também influências da sociedade de consumo, como se vê no excesso de comercialização do amor romântico. Usa-se do amor para vender tudo; de pasta de dentes a jóias, de seguros de vida a cerveja. Não se produzem obras de cinema e novela onde os romances não sejam exaustivamente explorados.

Na mídia, indiferente se ela imita a vida ou vice-versa, especialmente cinema e televisão, o amor costuma ser o tema central da felicidade e, por isso, é presença obrigatória nas grandes produções, quer estejamos na pré-história ou na guerra nas estrelas. Reforçando preconceitos e fornecendo estereótipos, a mídia televisiva, cinematográfica e de imprensa enfatizam uma excessiva preocupação em se obter um relacionamento amoroso como condição primordial para se viver em sociedade.

O amor aparece na conjuntura atual como um bem desejável, uma espécie de roupa indispensável para se viver em sociedade, uma condição de se apresentar socialmente. Se a pessoa não está “amando” alguém, esse insucesso é acompanhado de sentimentos de culpa, baixa da auto-estima, depressão... Veja, por exemplo, seriados como Sex and City.


A procura por um parceiro costuma ser entendida como um destino biologicamente e emocionalmente traçado para o ser humano. Biologicamente atendendo à procriação da espécie e, emocionalmente, em atenção ao prazer que podem obter as pessoas que não querem, não precisam ou não podem mais procriar, mas, não obstante, podem amar.

Apesar desses dois destinos naturais do ser humano, o que pode ser mais bem pensado é a supervalorização desse determinismo bio-emocional, é questionar se estamos mesmos obrigados a esses grilhões platônicos a ponto de se considerar “impossível a pessoa ser feliz sozinha”.

Outra peculiaridade da mídia é seu tratamento paradoxal em relação à duração do amor. Se existe nas obras literárias e de cinema um apelo para que o amor ardente ou a paixão desatada e insaciável sejam eternos, sugerindo nos finais felizes das estórias em que fulano ficou com cicrana para sempre e perdidamente apaixonados, por outro lado, nas revistas (femininas, masculinas, para adolescentes), a rotatividade dos relacionamentos é a norma. Sem dúvida, é bem verdade que as pessoas deixam se inspirar pela arte e pela mídia, a qual vende padrões de comportamento amoroso.

Em alguns casos o amor acaba sendo sinônimo de sexo, principalmente para as mulheres. Na ânsia de conquistar um lugar ao sol, ou seja, na afoiteza de ter um “amor” para poder participar da sociedade em igualdade de condições, pode ser que as concessões ao objeto “amado” aumentem muito.


Nesse caso, se houve alguma mudança não foi precisamente do amor, mas sim do sexo. Antes o amor era um sólido pré-requisito para que as mulheres se relacionassem sexualmente, agora algumas tentam segurar um relacionamento permitindo sexo nos primeiros encontros, porque “se ela não ceder ao sexo, a outra o faz”.

É assim que o sexo passa a ser o indicador do amor, ou seja, enquanto tiver sexo bom e empolgante, o amor existe. Mas essa falsa idéia não é monopólio das mulheres. Em alguns casais, pode ocorrer de um dos parceiros se queixar de não haver mais sexo, logo, conclui não haver mais amor. Na realidade, o alarme deveria ser disparado quando não há mais beijos calorosos e, é melhor saber; o amor também comporta o sexo, mas não é só o sexo.

Continua...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Psicologia e Cinema.

ASSUNTO


Relacionamento Casal, machismo, relações na maturidade.


Em Alguém Tem Que Ceder, Meyers, aos 60 anos de idade, aposta em uma temática pouco usual no cinema norte-americano: os relacionamentos amorosos de uma mulher madura. O filme mostra como se “recomeça” uma relação amorosa após os 50 anos e os conflitos que podem surgir de dois temperamentos tão diferentes. Grande parte das situações cômicas surgem mesmo ao mostrar esse relacionamento entre duas personagens mais velhas e experientes, mas que carregam aquela euforia típica dos adolescentes quando se trata de um novo amor.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Como escolher uma abordagem – parte 1

É bastante comum que os alunos do curso de Psicologia tenham dúvidas sobre qual abordagem seguir profissionalmente. Não é realmente uma escolha fácil. De certo modo, a escolha da abordagem é como uma segunda opção de profissão. Neste texto vou comentar sobre alguns fatos que os alunos devem considerar antes de tomar essa decisão.


Existe um pensamento um pouco enganoso na Psicologia. Afirma-se que a pluraridade de abordagens é desejável, que torna a área rica e com muitas possibilidades. No entanto, ter muitas opções só é algo positivo quando a maioria delas tem qualidade. É difícil definir “ter qualidade”, mas creio ser de concordância geral que, no mínimo, uma abordagem deve ter uma estrutura filosófica e teórica coerentes, ser capaz de explicar uma grande variedade de fenômenos, ter eficácia comprovada (preferencialmente com demonstração científica) e ser aplicável a uma grande quantidade de problemas práticos.

Como dito acima, escolher uma abordagem é como selecionar uma segunda profissão. A Psicologia é uma área muito ampla e as abordagens são imensamente diferentes entre si. Elas diferem em filosofia, objeto de estudo, teoria, linguagem, formas de pesquisa, dados científicos e práticas de intervenção. Todas essas características resultam em perspectivas muito particulares de como perceber o homem e como lidar com ele profissionalmente, e resultam em certas expectativas de postura do psicólogo. Antes de escolher qual forma de perceber a Psicologia e as pessoas é melhor para você, atente para essas diferenças.

Infelizmente, ser plurarista, utilizar um pouco de cada perspectiva não é uma solução adequada. Para começar, muitas características das abordagens são incompatíveis entre si, ou seja, juntar elementos pode resultar em um Frankenstein desajeitado e nada efetivo. Em segundo lugar, estudar um pouco de cada abordagem jamais permitirá que realmente se conheça profundamente um sistema teórico e de trabalho; a especialização é necessária, pois está intimamente ligada à qualidade profissional. Finalmente, formar uma colcha de retalhos transforma o psicólogo em um “despatriado”; possivelmente, nenhum colega vai considerar seu trabalho produtivo se ele for composto por uma montagem incompatível.


O primeiro e mais importante passo para escolher uma abordagem é não acreditar em seus professores. Vá além do que eles falam: procure textos, critique, tente responder as críticas, leia livros dos principais autores das abordagens. Deixe-se, sim, encantar pelo professor, mas não fique apenas no encanto. As abordagens são muito mais do que é possível explicar em sala de aula: têm história, passaram por crises, possuem conflitos internos, foram bem sucedidas em alguns países e expulsas de outros, regrediram, evoluíram, e assim por diante. É extremamente arriscado escolher uma abordagem sem conhecer seus autores e sua história. A dica de ouro, então, é: pesquise, estude, analise.

Já ouvi muitas pessoas dizerem que não é o psicólogo que escolhe a abordagem, mas o contrário. Talvez haja um pouco de verdade nessa afirmação. Alunos de Psicologia chegam ao curso com um conjunto de expectativas e opiniões. É natural que algumas abordagens sejam preferidas em função da história de vida do aluno. No entanto, preferência não é a melhor forma de escolha. As características da abordagem devem receber grande atenção dos estudantes. São essas características que começarei a discutir no próximo texto.

Continua...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Hoje é dia de Charges!

Esta charge mostra a forma erronia que algumas pessoas vêem a psicologia. como se o psicólogo fosse um amigo pago e que tivesse o pode de revolver qualquer problema como em um passe de mágica.
 
Já estas charge estão parcialmente certas, o psicólogo não apenas escuta, mas faz sim com que as pessoas se sintam melhor, porque o psicólogo ajuda no autoconhecimento.




terça-feira, 16 de novembro de 2010

Complicações do Amor e Amor Patológico 4ª parte

Insatisfação no Amor



Existem, e sempre existirão, pessoas que sofrem por não ter reciprocidade no amor. Mas neste caso não cabe uma abordagem psicopatológica. Trata-se de uma das muitas frustrações da vida humana normal.


O objetivo aqui é focalizar alguns aspectos sobre pessoas que sofrem com e por amor através de atitudes e mecanismos emocionais patológicos, como por exemplo, os sofrimentos causados pela paranóia do ciúme patológico, os crimes passionais, a co-dependência mantida pelo amor doentio, o comportamento obsessivo, e assim por diante.

Pessoas com auto-estima empobrecida podem estar constantemente insatisfeitas com o amor, normalmente por não se sentirem tão correspondidas como desejavam, por não sentirem a reciprocidade esperada, por sentirem a ameaça do abandono, ou outros sentimentos de perda.

Existem ainda relações amorosas claudicantes, onde a pessoa que ama não deseja apenas o outro, mas deseja também o desejo do outro, o sentimento do outro e tudo o que possa estar ocorrendo na intimidade psíquica do outro. Diante da impossibilidade de nos apossarmos do sentimento alheio, a pessoa que ama sofre, pois o outro pode não estar sentindo aquilo que se deseja que sinta, pode não estar pensando justamente aquilo que se deseja que pense.



Na medida em que as pretensões de controle sobre os sentimentos da pessoa amada não são contidas, não são ponderadamente refreadas, surge uma imperiosa inclinação para a posse, para o domínio da pessoa amada. Atitudes assim fogem ao controle e escapam da razão, tendo como veículo de motivação o amor.


De fato, tradicionalmente, na literatura amor e paixão são sinônimos de sofrimento. Nos textos literários, principalmente nas canções de amor da Idade Média, é comum observar uma sofrível busca amorosa.

Como veremos adiante, tudo isso contribui para tornar imprecisa a fronteira entre o prazer e a dor, entre o desejo e o sofrimento, entre o passional e o patológico. Estudando a dor humana, a teoria psicanalítica de Freud considera que o sofrimento poderia brotar de três fontes: do corpo, do mundo externo e das relações com os outros. Nesta última é onde se coloca o sofrimento do amor.


Continua...

sábado, 13 de novembro de 2010

Palestra sobre Homofobia e homosexualidade.

Na sexta 12/11/10 no ccj, ocorreu uma sabatina com o psicologo Fabricio Viana, que infelismente chegou 20 minutos atrasado por causa do transito.
Devido a isso a palestra foi muito rápido. Mas mesmo assim foi legal até porque eu fui um dos ganhadores do livro dele.eheheheheh.
Muito obrigado fabrício. Me informaram que talvéz marquem outra sabatina com ele, e quem não foi eu recomendo, foi pouco, por causa do horário do ccj. Mas a palestra dele principalmente para os estudantes de psicologia é muito boa. A abordagem dele pelo pouco que eu vi é mais freudiano. A parte que ele explica do machismo com o inconsciente e ego foi muito bom.

Para quem perdeu só posso lamentar.
Mas um dos 2 livros quem ganhou fui eu.
Pena que só depois de janeiro eu vou poder ler, não só esse, como mais uns outros 60 que eu ainda não li.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Psicologia e Cinema.

ASSUNTO

Bullying, Adolescência, Amizade

Clássico absoluto da Sessão da Tarde, este filme permanece ainda hoje como um dos mais tocantes contos cinematográficos sobre a amizade e o universo escolar adolescente. O filme fala de “perdedores” e incompreendidos, atributos facilmente encontrados na adolescência. Trata-se um drama atemporal sobre bullying, a descoberta da amizade e um dos muitos ritos de passagem passíveis de ocorrer na adolescência.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Alguns temas que preocupam os leigos sobre a HIPNOSE. 2º parte

II Parte – Temas que preocupam os leigos sobre a HIPNOSE.

Quando alguém é hipnotizado perde a consciência?


Não. A sua mente consciente irá permanecer alerta o tempo todo e mesmo em um transe profundo (seja lá o que isto for), a mente consciente irá estar vigilante em caso de transgressões de sistemas de valor.


O cliente fica dominado pelo hipnotizador?

Não. Toda hipnose é sempre auto-hipnose. Necessita haver uma relação de confiança entre as pessoas, se o código de valor for ameaçado a pessoa sai do transe imediatamente. O hipnotizador é um guia ao estado de transe.

Portanto, os conceitos morais do cliente não podem ser deturpados, pois quando o são o transe hipnótico é interrompido.

Ninguém aceita sugestões que entrem em conflito com seu código de ética, crenças e valores morais.

Certas percepções podem ser mudadas, mas a sua ética subjetiva não se altera, assim se o hipnotizador diz que um revólver é uma maçã inofensiva o sujeito sai do transe.

Imaginando situações fictícias… Se houvesse um crime oriundo desta prática, seria porque a pessoa hipnotizada realmente queria matar a outra e aproveitou-se da situação, assim com também o hipnotizador, que é claro não tem princípios éticos e morais, não fazendo jus ao título de profissional.


E no caso de um comando para a pessoa fazer sexo com o hipnotizador?


Da mesma forma, se alguém recebe tal comando e faz sexo é porque queria fazer sexo, senão sai do transe e processa o profissional ou cai fora dali o mais rápido possível. E, se fizer sexo, estará caracterizado um abuso profissional dos mais graves, digno de punição exemplar para o profissional, que se valeu de seus conhecimentos para seduzir o cliente.

Historicamente a hipnose “de palco” sustentou este mito ao substituir padrões de percepções (cebolas ou limão por maçãs – em sabor – por exemplo, para efeitos de diversão) , mas é importante que se saiba que não se consegue, por mais hábil o hipnotizador, dominar condutas conflitantes e transgredir códigos morais.

Alguém pode ser hipnotizado se não quiser?


Não. Imagine que alguém resolve ir ao teu consultório só para te desafiar, e diga “duvido que você me hipnotize”… Agora imagine que alguém te pede uma carona de carro e então te diz “duvido que você transe comigo!” É óbvio, comparando as situações, que existe um desejo latente de que aconteça aquilo. O transe hipnótico é um processo cooperativo. É um fato muito bem estabelecido que ninguém pode ser hipnotizado contra sua vontade e, mesmo quando hipnotizada, a pessoa pode rejeitar qualquer sugestão.


Qualquer um pode ser hipnotizado?


Sim, mas somente se quiser. A única coisa necessária é o desejo de ser hipnotizado, ou permitir conscientemente que isto aconteça diante dos esclarecimentos do terapeuta do por que se irá utilizar esta técnica, quando a usamos formalmente.

Quais os obstáculos para a hipnose?


Certos estados, pessoas alcoolizadas, ou que usaram recentemente drogas com ação sobre a mente (opiáceos, estimulantes ou hipnóticos), ou então aquelas com níveis de inteligência muito abaixo do normal (oligofrenia).


Crianças pequenas podem ser hipnotizadas?

Sim, dependendo, da idade, uma vez que elas são muito imaginativas e acreditam e confiam muito, e que a linguagem do inconsciente é metafórica.

Existem vários métodos de indução ao transe, e a indução mais apropriada deve ser utilizada sob medida para aquela determinada pessoa, para a obtenção das metas terapêuticas.



O hipnotizador tem um poder especial?


Não. Muitos hipnotizadores tradicionais e os hipnotizadores de palco ainda sobrevivem deste mito, mas as habilidades do “sujeito” e sua motivação para a hipnose são muito mais importantes que a personalidade “magnética” do hipnotizador.

Milton Erickson sustenta que a hipnose na realidade é um poder (recurso) do “sujeito”, é um potencial do cliente. O hipnotizador é apenas um espelho a guiar o cliente ao estado de transe, e a explorar recursos que se encontram no inconsciente para fins terapêuticos.

Pode-se entender então que as sugestões usadas são para evocar recursos inconscientes latentes já aprendidos, e não no sentido de colocar “sugestões” num inconsciente vazio, como hipnotizadores autoritários e arcaicos apregoam.

Portanto, a hipnose não leva as pessoas a revelar segredos ou compartilhar informações que elas não querem.


Se o hipnotizador for embora a pessoa ficará lá em transe, dormindo para sempre?

Não. Mesmo nesta absurda situação, do hipnotizador ir embora, ou no caso do medo de algo “dar errado no processo de hipnose”, a pessoa acaba saindo do transe naturalmente, via sono.

Algumas vezes, como é muito agradável para o cliente ficar em transe hipnótico, a pessoa pode escolher ficar mais tempo em transe ao invés de retornar à vida “problemática” que enfrenta no dia a dia. Mas acabará voltando via sono natural em que a hipnose se transforma, ou as sugestões do hábil hipnoterapeuta.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Complicações do Amor e Amor Patológico 3ª parte

Eros - O amor platônico




O amor tipo Eros é o amor romântico e platônico, citado inicialmente em O Banquete, de Platão, onde se faz um elogio ao amor que se estrutura na virtude, que se mobiliza pela falta do objeto amado, pelo sofrimento.

Ao invés de platônico, talvez pudéssemos dizer amor socrático, pois, como bem mostra Maria de Lourdes Borges, através de uma fala de Sócrates, esse tipo de amor tem origens mitológicas. Na mitologia grega o amor é filho de Pênia, a pobreza, e Poros, o esperto. O filho Eros, portanto, possui características dos pais, ou seja, “pobre, rude e sujo como sua mãe, vivendo a mendigar de porta em porta” e, por outro lado, “astuto, tramando estratagemas e maquinações”. Dessa forma, sendo astuto, engenhoso e ativo, o amor encontra sempre meios de transcender, até atingir o mundo das idéias, até focar-se no belo, no bom e no justo, real ou imaginário, mas verdadeiro para quem ama.

O amor platônico, tipo Eros, é um amor puro, irracional, que nos desvia para um mundo algo contraditório, algo imprudente e ousado. Este amor nos faz acreditar que amamos a pessoa porque devemos amar, faz acreditar que a pessoa amada tem as qualidades que tem porque tem, e quem ama está surdo e cego para quaisquer argumentos contrários. É um amor anti-social, que restringe a atividade humana quase exclusivamente ao próprio amor, o que faz desse amor o verdadeiro núcleo da vida, que polariza a atividade.

continua...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Psicologia e Cinema

ASSUNTO

Inocência, guerra, amizade, infância, preconceito.
 
O filme mostra, de maneira emocionante, duas realidades destoantes, vivenciada na Alemanha Nazista, na época da segunda guerra. Bruno, menino puro, de oito anos de idade, filho de um oficial nazista, muda-se com a família para uma nova casa, próxima a um campo de concentração e ali acontece toda a trama. O garoto não consegue entender o ódio que sua nação sente pelos judeus, apesar de toda uma educação que tentava convencê-lo de que isso era adequado e necessário. O filme mostra três lados, o do ódio dos alemães contra os judeus, a inocência da infância que não consegue assimilar a lógica dos adultos e o de alemães que desconheciam ou eram contra os verdadeiro horrores cometidos no campo de concentração. O menino do pijama listrado’ é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Alguns temas que preocupam os leigos sobre a HIPNOSE. 1º parte

Como todos sabem eu sou Hipnólogo. E depois de uma palestra feita pelo meu professor na sala eu percebi que os alunos ficaram mais em duvida do que esclarecidos.
Não culpo o professor, pois ele tinha só 1:20 para sua palestra, mas eu acho que ele foi tecnico demais para os futuros psicólogos que não fizeram como eu, hipnose.
Então vou tentar explicar de uma forma BEM leiga em alguns capitulos o que é a Hipnose em si e para quais são os seus aplicativos clinicos.
Para quem ler bom divertimento e qualquer duvidas e só postar no comentários que na medida do possivel eu publico a resposta.


I Parte – Sobre a hipnose


A hipnose é uma técnica, e como toda técnica tem seu aspecto problemático se for mal aplicada. Os riscos da hipnose são os mesmos que qualquer outra técnica mal utilizada. Um açougueiro experiente percebe quando um novato usa mal o facão e estraga a peça de carne. O facão é a técnica. Donde o velho ditado: a técnica certa em mãos erradas faz da técnica certa a técnica errada.

É importante que os profissionais estejam habilitados em relação ao uso da hipnose, isto é, ao se fazer uma intervenção é preciso conhecer a metodologia e as teorias que sustentam as técnicas. Logo, o uso de qualquer técnica só pode ser seguro se houver competência da parte do técnico ou profissional responsável.


Lembrando que estes argumentos servem para quaisquer técnicas é preciso se entender que o campo da hipnologia (os estudos teóricos sobre a técnica hipnoidal, a hipnose propriamente dita) possui ligações com outros ramos importantes do saber. O conhecimento da psicologia, especificamente das psicoterapias, e amplas noções sobre o psiquismo humano em seus aspectos interculturais, religiosos e familiares fazem-se necessários porque cada cliente tem seu modo particular de agir e ser.

Assim, um profissional que resolva hipnotizar alguém durante uma psicoterapia deve ter claro para que está fazendo aquilo, o que pretende conseguir e também os obstáculos que poderão surgir. É fato que existem pessoas que têm mais problemas que outras. Com este tipo de cliente, que possui, por exemplo, uma síndrome dissociativa, a dificuldade será maior exigindo experiência do profissional como em qualquer outro campo. Um engenheiro capacitado para construir uma casa sabe a diferença que existe se tivesse de construir uma represa ou uma usina nuclear. Portanto o profissional deve estar capacitado para aquele caso em particular. Se alguém tem experiência com psicoses, fobias e drogas e também com hipnose certamente seus clientes terão um serviço de qualidade.

Resta informar que toda técnica é usada dentro de uma metodologia, e esta metodologia é sustentada por uma teoria, que por sua vez tem explícita ou tácita uma visão de mundo sobre os valores, sobre as pessoas e suas índoles e capacidades.

Depois, na segunda parte, seguem alguns esclarecimentos sobre a hipnose. São temas que preocupam as pessoas e que elas muitas vezes não verbalizam nos consultórios, mas que o clínico experiente deve perceber e dar um jeito de ir respondendo ao modo não-verbal. Diga-se que também há clientes que perguntam quando percebem que a hipnose poderá ser usada.


Evidentemente, para o profissional bem informado sobre este campo chega a ser respeitosamente hilária esta preocupação dos clientes porque o uso formal da hipnose, isto é, quando se cria um ritual para relaxar, etc. é apenas um dos usos da hipnoterapia e este é bem mais fácil de ser percebido. Quando se usa a hipnose ericksoniana entretanto, se permite o uso “informal” da técnica. Assim, durante uma “simples” conversa pode estar em andamento um jogo de metáforas e palavras, ritmos e contextos emocionais, técnicas de ancoragem, visando modificações no quadro clínico que o cliente nem percebe porque ele não sabe que aquilo é hipnose também.

Continua.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Hoje é dia de Charges!

Para não passar batido depois do resultado da eleição.
A Populção realmente adora isso que os politicos fazem. Ficou provado nessa eleição.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Complicações do Amor e Amor Patológico 2ª parte

Aliás, pode parecer redundante ou uma empáfia cultural, além de pouco útil, tentar definir esse sentimento universalmente experimentado pelos seres humanos ao longo de toda sua história. Também soa estranho acreditar que o amor, lindo, engrandecedor, poético, lírico e prazeroso, cantado em verso e prosa, não obstante, possa ser fonte de sofrimento. Mas, academicamente, há casos onde esse sentimento torna-se completamente obsessivo, tirano e opressivo, fanático e egocêntrico, produzindo sofrimento.



Quem sofre ou faz sofrer, contudo, não é o amor em si, mas a pessoa que enfoca no sentimento amoroso uma grave alteração psíquica, seja em sua personalidade, seja advinda de seus conflitos e complexos interiores. Não são raras as pessoas que, contrariando o bom senso e a crítica razoável, deixam tudo para viver um grande amor, aumentando perigosamente a possibilidade de serem infelizes, ainda que amando.

Aliás, parece ser tênue a separação entre a paixão e a perda da razão (desrazão), uma vez que a pessoa apaixonada costuma perder alguma porção de sua crítica e da capacidade em avaliar verdadeiramente a realidade. Mas, continuando com a necessidade acadêmica, quando no amor não há controle e se compromete a liberdade de conduta, de modo que esse sentimento passa a ser absoluto e em detrimento de outros interesses e atitudes antes valorizadas, podemos estar diante de um quadro chamado, atualmente, Amor Patológico (Norwood, 1985). Nessa patologia do amor a obsessão em pensar seguidamente na pessoa amada, faz sofrer muito, principalmente diante de tudo aquilo que dificulte, impeça ou atrapalhe a vivência de seu amor.

Embora o tema só esteja sendo mais bem estudado recentemente, existem hipóteses, teorias, observações e pesquisas que merecem ser consideradas. É bastante provável que esse quadro possa estar associado a outros transtornos psiquiátricos, tais como quadros depressivos e ansiosos (Wang, 1995). Pensa-se também que o Amor Patológico possa ocorrer isoladamente em personalidade mais propensas e vulneráveis (Gjerde, 2004), ou ainda em pessoas com extrema baixa auto-estima, (Bogerts, 2005). Em casos mais expressivos o Amor Patológico vem acompanhado de sentimentos invasivos de rejeição, de abandono e de raiva (Donnellan, 2005).


Em psiquiatria as alterações não são binárias, ou seja, não são certas ou erradas, feias ou bonitas, verdadeiras ou falsas. Aqui as situações comportam graduações entre extremos, de forma que podemos ter o amor com prazer, com menos prazer, com incômodo, com um pouco de sofrimento, com muito sofrimento e até o chamado Amor Patológico.

Sobre a possibilidade de o amor ser uma das mais claras manifestações de nosso egoísmo, ou egocentrismo, Nietsche dizia que todos acreditamos querer a pessoa amada e que ao acreditar que a queremos também acreditamos que esta é a solução para todas as nossas necessidades, ou para todas as necessidades de nossos sentimentos.

Essa hipótese pode ser mais bem exemplificada quando se diz que “te amo porque você é uma maravilha (e, evidentemente, quero regalar-me com essa maravilha)”. Obviamente, em seguida existe a colocação que “te necessito, eu te quero”. Ou, conforme podem dizer as pessoas mais apaixonadas; “não posso mais viver sem você”.

Em tudo isso, o ponto de referência continua sendo a pessoa que ama, seu bem estar emocional, sua satisfação em estar perto da pessoa amada, o conforto afetivo de se saber amada. É como se a pessoa amasse primeiro a si mesma e, para atender a esse auto-amor, necessitasse “ter” a pessoa amada para si.


...continua.