quarta-feira, 31 de agosto de 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Personalidade Introvertida (Timidez) 2º parte

Personalidade Tipo Introvertida


Como o nome diz, Introvertida é a pessoa que se orienta predominantemente para dentro, para a introspecção, se orienta mais para o subjetivo que para o objetivo. A pessoa introvertida sempre elabora uma opinião subjetiva a partir da percepção do objeto (do mundo), de forma que este tenha, além daquilo que é oferecido pelos órgãos dos sentidos, também e principalmente um caráter subjetivo.

Embora a pessoa com predisposição introvertida também observe as condições exteriores e objetivas, ela elege as determinações subjetivas como os elementos decisivos do existir, portanto, apesar de ser uma pessoa que também se orienta pelos elementos da percepção e do conhecimento, como todo mundo, ela supervaloriza o componente subjetivo que ultrapassa a excitação fisiológica dos sentidos.

Quando, por exemplo, duas pessoas se deparam com um mesmo objeto, nunca se poderá afirmar que elas o percebem de maneira idêntica. Mesmo deixando de lado as diferenças sensoriais e fisiológicas que existem entre nós (uns enxergam melhor, ouvem melhor, etc), sempre existirão muitas e profundas diferenças na natureza, no significado e na representação psíquica percebida e assimilada. Enquanto a personalidade extrovertida se prende predominantemente àquilo que recebe sensorialmente do mundo (objeto), o introvertido se prende, sobretudo, à impressão subjetiva que o objeto é capaz de produzir nele.

A forma de se relacionar com a realidade da pessoa introvertida mostra que suas percepções e seu conhecimento se encontram não só condicionados pelos órgãos dos sentidos (objetivamente) mas, também, subjetivamente condicionados pelo seu perfil. Para se entender melhor o "subjetivo", digamos que seria o acontecimento, a ação ou a reação psicológica causada pela influência do objeto no psiquismo de cada um, seria uma mudança íntima, a partir de nossa experiência com o objeto, capaz de produzir um novo estado psíquico. Isso é o "subjetivo". Por causa do elemento subjetivo é que um mesmo quadro, paisagem ou objeto despertará diferentes impressões nas diferentes pessoas que os apreende.

Devido à supervalorização do conhecimento objetivo preconizado pelo mundo moderno, os dotes sentimentais e afetivos das pessoas, qualidades estas capazes de atribuir peculiaridades pessoais à todo tipo de conhecimento, acabam sendo desvalorizados. Hoje em dia é comum valorizar-se exageradamente o contacto objetivo (extrovertido) com as coisas, com as formas, com as cores, com os preços, os tamanhos, etc, etc, de tal forma que a palavra "subjetivo" representa, às vezes, uma espécie de censura à racionalidade pretensamente desejável às pessoas ditas normais.

A disposição subjetiva dos introvertidos atém-se à uma estrutura psicológica pessoal (temperamento) que, em princípio, nos é dada por herança e constitui uma característica inerente à pessoa. Na realidade, trata-se de uma sensibilidade psicológica do sujeito que se apresenta antes mesmo do desenvolvimento completo de sua personalidade. Por isso se diz inata.

Nos introvertidos o objeto, os fatos e a realidade concreta provocam manifestações emocionais subjetivas mais fortes que as concepções objetivas que se pode ter deles. Portanto, as concepções subjetivas dos introvertidos são mais poderosas que a influência do próprio objeto e o valor psíquico dessas concepções subjetivas sobrepõem-se a toda e qualquer impressão sensorial ou objetiva que se tem do próprio objeto.

Da mesma forma que para os extrovertidos possa parecer inconcebível que um conceito subjetivo se sobreponha à situação objetiva dos fatos, aos introvertidos também parecerá inconcebível que os valores objetivos dos fatos (objetos) tenha de ser um fator decisivo. Essas posições antagônicas dependem da sensibilidade de cada tipo de personalidade.

Por causa dessa discrepância no contacto com a realidade o extrovertido acabará acreditando que o introvertido é egoísta, vaidoso ou arrogante ideológico. Parecerá ao extrovertido que o introvertido age sob a influencia de idéias, conceitos, valores éticos, morais, culturais ou mesmo poéticos. O introvertido, devido a sua maneira determinada, normatizadora, francamente generalizadora e, tendo opiniões bem definidas sobre as coisas, será capaz de despertar ainda mais o preconceito dos extrovertidos. A determinação e rigidez do juízo, comuns ao introvertido em relação a tudo que for objetivamente dado, costumam dar a impressão de um forte egocentrismo.

Um exemplo tosco da diferença introvertido-extrovertido seria a sensibilidade necessária ao introvertido para compor uma música e a facilidade do extrovertido em dançar essa música. O arranjo de notas seria o objeto, além do qual exerce sua sensibilidade e subjetivismo o introvertido. A apreensão rítmica (captação do objeto) e coordenação motora é habilidade própria do extrovertido.

Continua semana que vem...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Psicologia e Cinema.

SINOPSE

O filme conta a história fictícia de um encontro entre o filósofo alemão Friedrich Nietzsche e o médico Josef Breuer. Com tendências suicidas, ele está desesperado depois de se apaixonar por uma amiga, que acaba procurando o doutor Breuer para ajudá-lo. O médico, por seu lado, está envolvido emocionalmente por uma de suas pacientes. Assim, os dois começam mais do que uma análise, um verdadeiro conflito psicológico. O médico acaba envolvido pelas idéias de seu paciente mais famoso, e começa a perceber coisas que nem imaginava sobre si mesmo.
 
 
 
ASSUNTO

Existencialismo e psicologia

O filme tem um diálogo forte que explora campos interessantes da filosofia e da psicologia.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Hoje é dia de falarmos de Hipnose

Quando um problema ou situação ocupa nossas mentes, podemos
até sonhar com algo relacionado. Esse sonho pode ser simbólico, ou

apontar soluções, ou apenas refletir nosso envolvimento emocional com
o assunto. Isso é uma evidência de que a mente inconsciente pode ser
sensível às nossas necessidades.

É incorreto pensar, todavia, que se pode entrar em estado autohipnótico
e realizar este ou aquele propósito. Da mesma forma que é
muito difícil poder escolher com o que se vai sonhar ao dormir.

Quando se tem objetivos específicos, pode ser interessante aplicar
outros princípios da hipnose, como a auto-sugestão nos moldes de
Coué, visualização criativa ou a gravação de fitas cassete com
mensagens (dreamers).

Praticar auto-hipnose é benéfico em muitos aspectos.
O corpo entra em relaxamento e ocorre lentificação com aumento da
eficiência dos processos fisiológicos. Poucos minutos de auto-hipnose
parecem descansar como horas de sono. Dores musculares,
hipertensão arterial, taquicardias e cefaléias já de início podem ser
melhor controladas com este recurso. Qualquer processo álgico
(doloroso) será amenizado com auto-hipnose.

Ao longo do tempo, a prática regular fornece as mesmas vantagens
apregoadas para a meditação, como melhora do nível geral de energia
e atenção, da capacidade de linguagem, promoção de saúde,
serenidade e progresso das funções cognitivas conforme demonstrado
em testes psicológicos específicos.

Na minha prática como hipnólogo clínico, fui freqüentemente procurado
por pessoas pedindo vitaminas ou remédios para dar mais vigor ao
corpo e à mente, melhorar a memória, a atenção e a capacidade de
aprender. Ou ainda obter melhor desempenho esportivo ou sexual. Isso
não existe em pílulas. A auto-hipnose pode levá-lo a isso. Mas também
não é milagre. É mais parecido com aprender uma arte marcial, cujos

princípios e a prática constante vão moldando o corpo e a mente em
desenvolvimento lento e seguro. Ganho real, resultado de disciplina e
perseverança.

O trabalho não é tão duro assim ao se levar em conta como é
agradável o estado auto-hipnótico. Após aprender, qualquer instante de
folga já pode ser aproveitado para relaxar o corpo e interiorizar a
atenção. Dois minutos ou uma hora. Muito superficial ou realmente
profundo.

Receber treinamento de um hipnólogo seria sempre a maneira ideal
de aprender, mas também há muitas técnicas que se pode empregar
para alterar a própria consciência. Você, assim como todos, pode fazêlo
por conta própria e obter excelentes resultados.

As pessoas vão apresentar respostas diferentes às diversas
técnicas existentes, a depender de seu temperamento, habilidades e
outras tantas variantes. Quem não responder a uma poderá
experimentar outra, ou praticar até conseguir. Se não conseguir poderá
tentar em outra ocasião. A atitude adequada é aquela mesma com a
qual você abre um livro de seu interesse: curiosidade.

É mais próximo da verdade pensar na hipnose como algo que
acontece quando você fixa a sua atenção do que como uma coisa que
se faça.

A seguir apresento exercícios selecionados de autohipnose.

Experimentá-los será divertido e certamente proveitoso.

De um modo geral, será maior o aproveitamento em ambiente
tranqüilo e reservado, com tempo disponível, bem acordado (hipnose é
um fenômeno de concentração), e após “diminuir a velocidade”. Música
de fundo é desnecessária e até indesejável.

O melhor posicionamento para a maioria dos exercícios é sentado,
com os pés plantados no chão e as mãos sobre o colo (posição de
cocheiro). Quanto à cabeça, ela pode estar apoiada num encosto ou
almofada ou você pode permitir, à medida que o exercício progride, que
ela penda confortavelmente com o queixo aproximando-se do peito.

Não é necessário preocupar-se em como “acordar”. Isto ocorrerá
espontaneamente quando você desejar ou conforme o estímulo. Se a
limitação do tempo é um determinante, programe o rádio relógio com
música suave, ou peça que o despertem delicadamente.

Após algum tempo de prática destes exercícios, a “sensação” de

estar em hipnose será algo familiar e poderá ser evocada facilmente,
sem mais expedientes. Auto-hipnose e estado meditativo são
exatamente a mesma coisa.

Técnica do Polegar-Indicador

Esta técnica associa a fixação do olhar com ação ideomotora e
indução de catalepsia.

Comece na posição de cocheiro, conforme explicado acima.

Determine um espaço entre os seus dedos polegar e indicador em
pinça, como se estivesse mostrando o tamanho de um pintinho, ou o
quanto de bebida você desejaria que lhe servissem. Durante todo o
exercício mantenha seu olhar fixo em seus dedos.

Aprecie então a possibilidade de entrar em transe hipnótico. À
medida que isso for ocorrendo, seus dedos vão começar a se
aproximar, muito lentamente no princípio. Preste atenção às sensações
em seus dedos. Não faça nada. Deixe que eles se fechem, desde que
eles o façam sozinhos, em pequenos movimentos involuntários.

O espaço delimitado pelos seus dedos corresponde à sua
consciência, que vai se estreitando ao mesmo tempo que você está
entrando em transe hipnótico.

Quando as pontas dos dedos se tocarem, este será o sinal para que
você feche os olhos e entre em profundo estado hipnótico.

Às vezes os olhos ficam cansados mais rápido, e as pálpebras dão
a impressão de estarem pesadas. Se isto ocorrer, é perfeitamente
correto fechar os olhos e continuar prestando atenção ao que está
acontecendo em seus dedos.

Você pode imaginar curioso como definir melhor esta força que os
aproxima. Talvez seja para você como o magnetismo de um imã ou um
elástico esticado, por exemplo.

Quando seus dedos se tocarem eles estarão colados, e será para
você impossível separá-los enquanto estiver em transe hipnótico.
Parabéns pelo sucesso.

Você poderá responder prontamente ao exercício ou após algumas
tentativas.

Mais técnicas semana que vem...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Personalidade Introvertida (Timidez)


Há pessoas, extrovertidas, animadas, barulhentas e comunicativas, outras são retraídas, tímidas e muito preocupadas com a opinião dos demais. Essas diferenças fazem parte das diferenças entre os tipos psicológicos; extrovertidos e introvertidos.


Sempre que alguém fala em tratar a Timidez ou a maneira de ser do introvertido, a primeira coisa a ser questionada é se essa característica precisa ser tratada. Se for "tratável" significa que a timidez é uma doença ou uma condição mórbida.

Dentro do Critério Estatístico, um dos critérios usados para o diagnóstico médico, devemos ter em mente o seguinte: nem sempre o habitual é normal ou ainda, nem sempre o excepcional é patológico. Portanto, as exceções à regra estatística devem ser valorizadas inicialmente como, simplesmente, Não-Normais, de forma a tornar este critério estatístico apenas relativamente válido. Os dentes cariados, por exemplo, embora muito freqüentes e habituais não são dentes normais, assim como a gravidez de gêmeos, apesar de não-normal, não chega a ser uma doença.

De um modo geral, o Critério Estatístico deve servir para destacar da população geral o não-habitual, o diferente ou o não-normal e, isoladamente, isso não é suficiente para autorizar declarar este incomum como doença. O próprio sistema cultural vigente se incumbe de argüir os comportamentos que excedem os limites da suposta faixa de normalidade e os pensamentos que escapam de uma pretendida faixa de coerência e realismo.

Desta forma, ou seja, estatisticamente, os comportamentos são considerados bizarros, inadequados, esquisitos, aberrantes, etc, ou os pensamentos incoerentes, sem nexo, irreais. As afirmações populares de que "... fulano não fala coisa-com-coisa..." ou que "... fulano se comporta de maneira estranha" são avaliações motivadas pelo Critério Estatístico.



Introvertido e Extrovertido

O Critério Estatístico, que é aquele onde o introvertido é tido como diferente dos demais, somente terá valor depois de consideradas todas as variáveis: situacionais, sócio-culturais, temporais e existenciais. Há culturas onde a pessoa contida e reservada tem valor positivo, em outras exige-se a expansividade e assim por diante. Por isso, não deve ser atribuído a este Critério Estatístico de diagnóstico um caráter decisivo mas sim, subsidiário, o qual só terá valor se for considerado juntamente com outros critérios, incluindo o principal deles; o Critério Valorativo.

No Critério Valorativo a quantidade dá lugar à qualidade. Trata-se de saber se aquilo que é incomum implica em prejuízo e morbidade, se é de fato patológico e causa sofrimento. Pelo Critério Valorativo podemos considerar que, em não havendo prejuízo ao indivíduo, aos seus semelhantes e ao sistema sócio-cultural, toda pessoa que se destaca dos demais não pode ser considerada doente.

No critério valorativo interessa o VALOR que o sistema sócio-cultural atribui à maneira do indivíduo existir. E é por causa do valor cultural seriamente prejudicado que se atribui aos introvertidos e tímidos que essas pessoas se sentem diminuídas e ávidas por algum "tratamento" que as deixe iguais às outras, mais expansivas. Podemos comparar a necessidade de "tratamento" para a Timidez à necessidade de "tratamento" para cabelos crespos das adoelescentes, ou seja, muito mais uma exigência cultural que uma necessidade patológica.

Enquanto o Critério Estatístico utiliza termos como incomum, infreqüente, desproporcional, raro, fora do comum ou diferente, no critério valorativo os adjetivos serão outros. Esses termos dizem mais respeito à qualidade que à quantidade: mórbido, nocivo, indesejável, prejudicial, degenerado, deficiente, sofrível, cruel, irracional, desadaptado e assim por diante.

A Organização Mundial de Saúde diz que o completo estado de bem estar físico, mental e social define o que é saúde, portanto, tal conceito implica num critério valorativo, já que, tanto o bem-estar quanto o mal-estar, dizem respeito a valores.

A timidez, por exemplo, tendo em vista sua grande ocorrência universal (quase metade das pessoas), poderia ser considerada normal (de tão habitual), do ponto de vista estatístico. Porém, devido ao fato de tratar-se de uma atitude da personalidade que traz prejuízo social ou faz com que o introvertido se sinta inferior ou infeliz, acaba por receber da psiquiatria uma atenção de doença (embora seja sim uma característica e não uma doença).

Muito embora a introversão ou timidez seja um traço de personalidade, devido à valorização cultural que se atribui a ela, poderá proporcionar sério prejuízo à qualidade de vida da pessoa, levando a algum grau de sofrimento, portanto, uma certa morbidez. É por isso que a depressão, apesar de muito comum, ser patológica.

Se vamos falar da Personalidade, tomando-a pelo conjunto dinâmico de traços no interior do eu, é bom destacar a idéia de que nenhum ser humano mostrará, em sua personalidade, traços que já não existam em outros indivíduos. Portanto, a introversão ou timidez aparece em graus variáveis em todas as pessoas, sendo que os extrovertidos têm esse traço muito atenuado e os introvertidos o tem predominantemente. Pois bem. É exatamente a predominância de alguns traços e a atenuação de outros que acaba por constituir a personalidade de cada um do jeito que ela é.

O sistema sócio-cultural costuma elaborar uma relação muito extensa de adjetivos utilizados para a argüição dos indivíduos baseado na descrição de seus traços. Nesta visão o indivíduo pode ser classificado como sincero, honesto, compreensivo, inteligente, cálido, amigável, ambiciosos, pontual, tolerante, irritável, responsável, calmo, artístico, científico, ordeiro, religiosos, falador, excitado, moderado, calado, corajosos, cauteloso, impulsivo, oportunista, radical, pessimista, e por aí afora. Podemos ainda considerar a pessoa através de seu Traço Predominante, da característica que melhor a define, como se, entre tantos traços caracteristicamente humanos, este determinado traço específico predominasse sobre os demais. Assim é classificado o tímido ou introvertido.

Em termos de traços e características de personalidade, o estado que podemos chamar de anormal deve, com freqüência, surgir como se fosse uma lente de aumento colocada sobre os traços normais. Nessa abordagem nos interessará, como traço de personalidade, apenas um aspecto; a maneira pela qual a pessoa contata o mundo à sua volta, a maneira pela qual a pessoa interage com o mundo objectual à sua volta, enfim, a maneira pela qual o sujeito se relaciona com o objeto. Isso definirá as pessoas ditas Introvertidas e as Extrovertidas.

Continua semana que vem...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Vamos falar sobre Personalidades

Wilhelm Reich


3ª e última parte

Repressão Sexual

Outro obstáculo ao crescimento é a repressão social e cultural dos instintos naturais e da sexualidade do indivíduo. Reich sentia que esta era a maior fonte de neuroses e que ela ocorre durante as três principais fases da vida, ou seja, durante a primeira infância, puberdade e idade adulta.

Os bebês e as crianças pequenas são confrontados com uma atmosfera familiar neurótica, autoritária e repressora do ponto de vista sexual. Em relação a este período de vida, Reich basicamente reafirma as observações de Freud a respeito dos efeitos negativos das exigências dos pais, relativas ao treinamento da toalete, às auto-restrições e ao bom comportamento por parte das crianças pequenas.

Durante a puberdade, os jovens são impedidos de atingir uma vida sexual real e a masturbação é proibida. Talvez até mais importantes que isto, a sociedade em geral torna impossível, aos adolescentes, lograr uma vida de trabalho significativa. Por causa deste estilo de vida antinatural, torna-se especialmente difícil aos adolescentes ultrapassar sua ligação infantil com os pais.

Por fim, na idade adulta, a maioria das pessoas se vê envolvida na armadilha de um casamento compulsivo, para o qual estão sexualmente despreparadas. Reich também salienta que os casamentos desmoronam em conseqüência das discrepâncias sempre intensificadas entre as necessidades sexuais e as condições econômicas. As necessidades sexuais podem ser satisfeitas com um e o mesmo companheiro durante algum tempo. Também o vínculo econômico, a exigência moralista e o hábito humano favorecem a permanência da relação matrimonial. Isso acaba resultando na infelicidade do casamento. A situação familiar que se desenvolve segue de forma a recriar a mesma atmosfera neurótica para a próxima geração de crianças.

Reich sentia que indivíduos criados numa atmosfera que nega a vida e o sexo desenvolvem um medo do prazer, o qual é representado por sua Couraça Muscular. Essa Couraça do Caráter é a base do isolamento, da indigência, do desejo de autoridade, do medo da responsabilidade, do anseio místico, da miséria sexual e da revolta neurótica, assim como de uma condescendência patológica.

Reich não era otimista demais no que dizia respeito aos possíveis efeitos de suas descobertas. Ele acreditava que a maioria das pessoas, por causa de sua intensa couraça, seria incapaz de compreender suas teorias e distorceria suas idéias. Para ele, um ensino sobre a vida, dirigido e distorcido por indivíduos encouraçados, irá acarretar um desastre final a toda a humanidade e às suas instituições. O resultado mais provável do princípio da potência orgástica será uma perniciosa filosofia de bolso, espalhada por todos os cantos. Tal como uma flexa que, ao desprender-se do arco, salta firmemente retesada, a procura de um prazer genital rápido, fácil e deletério devastará a comunidade humana.

A couraça serve para nos desligar de nossa natureza interna e também da miséria social que nos circunda. Natureza e cultura, instinto e moralidade, sexualidade e realização são elementos que se tornam incompatíveis. A unidade e congruência de cultura e natureza, trabalho e amor, moralidade e sexualidade, unidade esta desejada desde tempos imemoriais, continuará a ser um sonho enquanto o homem continuar a condenar a exigência biológica de satisfação sexual natural (orgástica). A democracia verdadeira e a liberdade baseadas na consciência e responsabilidade estão também condenadas a permanecer como uma ilusão até que esta evidência seja satisfeita.

Corpo
Reich, como a grande maioria dos autores modernos, via mente e corpo como uma só unidade. Aos poucos ele passou de um trabalho analítico, baseado apenas na linguagem, para a análise dos aspectos físico e psicológico do caráter e da couraça caracterológica, dando maior ênfase no trabalho com a Couraça Muscular e no desenvolvimento de um livre fluxo de bioenergia.

Relacionamento Social
Reich via o relacionamento social como função do caráter do indivíduo. O indivíduo médio vê o mundo através do filtro de sua couraça. Caracteres genitais, tendo ultrapassado seu encouraçamento rígido, são os únicos verdadeiramente capazes de reagir de forma aberta e honesta aos outros.

Reich acreditava firmemente nos ideais comunistas enunciados por Marx, aclamando a livre organização na qual o livre desenvolvimento de cada um se tornaria a base do livre desenvolvimento de todos. Reich formulou o conceito de democracia do trabalho, uma forma natural de organização social na qual as pessoas cooperam harmonicamente para favorecer suas necessidades e interesses mútuos, e tentou efetivar esses princípios no Instituto Orgon.

Vontade
Reich não se interessou diretamente pela vontade, embora tenha enfatizado a importância de um trabalho significativo e construtivo. Um de seus princípios era de que "você não precisa fazer nada de especial ou novo.

Tudo o que você precisa fazer é continuar o que tem feito: lavrar seu campo, manejar seu martelo, examinar seus pacientes, levar suas crianças à escola ou ao parque de diversões, falar sobre os fatos do dia, penetrar sempre mais profundamente nos segredos da natureza. Todas essas coisas você já faz. Mas você pensa que nenhuma delas tem importância... Tudo o que você tem a fazer é continuar o que você sempre fez e sempre quis fazer: seu trabalho, deixar suas crianças crescerem felizes, amar a mulher".

Emoções
Reich descobriu que as tensões crônicas servem para bloquear o fluxo de energia subjacente às emoções mais intensas. A couraça impede que o indivíduo experimente emoções fortes e, portanto, limita e distorce a expressão de sentimentos. As emoções deste modo bloqueadas não são eliminadas, pois jamais podem ser completamente expressas. Segundo Reich, um indivíduo só se liberta de uma emoção bloqueada experienciando-a de forma plena.

Reich notou também que a frustração do prazer, muitas vezes conduz à raiva e à fúria. Na terapia reichiana, em primeiro lugar é preciso lidar com as emoções negativas, para que os sentimentos positivos que elas encobrem possam ser completamente experienciados.

Intelecto
Reich se opunha a qualquer separação de intelecto, emoções e corpo. Ele afirmava que o intelecto é, na verdade, uma função biológica, e que ele pode ter uma carga afetiva tão forte quanto qualquer emoção. Reich argumentava que o desenvolvimento completo do intelecto requer o desenvolvimento de uma verdadeira genitalidade. A primazia do intelecto pressupõe uma disciplinada economia de libido, isto é, primazia genital. A primazia intelectual e genital têm a mesma relação mútua que êxtase sexual e neurose, sentimento de culpa e religião, histeria e superstição.

Acreditava Reich que, via de regra, o intelecto opera como mecanismo de defesa, de tal forma que a linguagem falada muitas vezes funciona também como uma defesa. Ela obscurece a linguagem expressiva do núcleo biológico. Em muitos casos, isto vai tão longe que as palavras já não expressam nada e a linguagem falada já não é nada mais do que uma atividade sem sentido dos respectivos músculos.

Self
Para Reich, o Self é o núcleo biológico saudável de cada indivíduo. A maioria das pessoas não está em contato com o Self por causa da couraça física e das defesas psicológicas. Indagava Reich: "- O que é que impedia uma pessoa de perceber sua própria personalidade (Self)? Afinal, a personalidade (himself) é o que a pessoa é. Gradualmente comecei a entender que é o ser total que constitui a massa compacta e obstinada que obstrui todos os esforços da análise. A personalidade inteira do paciente, o seu caráter, a sua individualidade resistiam à análise".

Segundo Reich, a interação de impulsos reprimidos e forças defensivas repressoras cria uma terceira camada entre as duas correntes libidinais opostas: uma camada de falta de contato. Esta falta de contato não está interposta entre as duas forças. É antes, uma expressão da interação concentrada das duas.

O contato requer um livre movimento de energia. Ele só se torna possível quando o indivíduo dissolve sua couraça e torna-se plenamente consciente do corpo e de suas sensações e necessidades, entrando em contato com o núcleo, os impulsos primários. Enquanto há a presença de bloqueios, o fluxo de energia e a consciência são restritos, e a autopercepção é bastante diminuída e distorcida.

Terapeuta
Além de treino na técnica terapêutica, o terapeuta deve ter feito um progresso considerável em seu crescimento e desenvolvimento pessoais. Ao trabalhar tanto psicológica quanto fisicamente com um indivíduo, o terapeuta deve ter superado todos os medos de sons sexuais abertamente emitidos e do "ondular orgástico", livre movimento de energia no corpo.

Baker, um dos principais terapeutas reichianos nos Estados Unidos, recomenda que nenhum terapeuta deveria tentar tratar pacientes que tenham problemas que ele não foi capaz de solucionar em si mesmo, e nem deveria esperar que um paciente faça coisas que ele não pode fazer e que não foi capaz de fazer. Outro reichiano eminente escreveu que o pré-requisito indispensável em qualquer método usado pelo terapeuta para libertar as emoções contidas na musculatura é que ele esteja em contato com suas próprias sensações e que seja capaz de empatizar completamente com o paciente e de sentir em seu próprio corpo o efeito das constrições particulares da energia do paciente.

Reich era ele próprio considerado um terapeuta brilhante e teimoso. Mesmo sendo um analista ortodoxo, ele era extremamente honesto e até brutalmente direto com seus pacientes. Nic Waal, um dos melhores psiquiatras da Noruega, escreveu o seguinte a respeito de suas experiências em terapia com Reich:

"- Eu era capaz de suportar ser subjugado por Reich porque eu gostava da verdade. E, coisa bastante estranha, eu não era subjugado por isto. No decorrer de toda esta atitude terapêutica em relação a mim, sua voz era amorosa e ele sentava-se a meu lado e fazia-me olhar para ele. Reich me aceitava e subjugava apenas minha vaidade e minha falsidade. Mas eu entendi, naquele momento, que a honestidade e o amor verdadeiros, tanto de um terapeuta quanto dos pais, por vezes é a coragem de ser aparentemente cruel sempre que necessário. Entretanto, isto exige muito do terapeuta, de seu treinamento e de seu diagnóstico."

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Psicologia e Cinema.

SINOPSE


Documentário, 2005. Uma análise das deficiências e potencialidades da Síndrome de Down, problema genético que atinge cerca de 8 mil bebês a cada ano no Brasil. A Síndrome de Down é sem dúvida um problema, mas as soluções são bem mais simples do que se imagina, principalmente quando são deixados de lado os preconceitos e estigmas sociais.

 
A SSUNTO

Síndrome de Down, inclusão, diferença, relações sociais, preconceito, relações afetivas

O documentário aborda a situação do down na sociedade de forma clara dando toda a enfase a inclusão social da pessoa com Síndrome de Down, mostrando acima de tudo que o crescimento é muito maior nas diferenças que no obvio. Mostra o mundo sob a ótica dos pais e também do portador, que tem uma visão muito peculiar e engraçada, sensorial e prazerosa, revelando um lado da espécie humana que costuma ser colocado para escanteio pela sociedade, de um modo geral. É uma boa forma de quebrar preconceitos sobre aSíndrome de Down e conhecer melhor quem convive com ela. Pais falam sobre o quanto foi difícil receber o diagnóstico médico; adolescentes e jovens falam sobre o preconceito que enfrentam; são mostrados pessoas com a síndrome e que já são adultos, o que ajuda a mudar a idéia de que são doentes e vivem pouco; há questionamentos sobre a educação especial e a educação inclusiva

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Hoje é dia de falarmos de Hipnose


Tomando Água e Ficando Embriagado


Ao se oferecer água ao sujeito hipnotizado sugerindo que é uísque
ou outra bebida forte, pode parecer divertido observar as caretas
enquanto ela é ingerida. As alterações de marcha e fala e os risinhos
etílicos são impagáveis.

Concerto de Hipnotismo



Dar instrumentos musicais de brincadeira e fazer os voluntários
tocarem sérios e compenetrados diferentes estilos musicais. Variações
desta rotina estão na maioria dos shows.

Ilusões e Alucinações


Fazer o indivíduo hipnotizado acreditar que está vendo um
passarinho, ou perseguindo borboletas, são exemplos desses
fenômenos. Outro são os “óculos de raios-X”, onde um par de óculos,
ao ser colocado, faz com que a pessoa enxergue os outros em roupas
íntimas. As variações destes são inesgotáveis.

Elixir da Juventude e da Velhice

Líquidos coloridos podem levar a pessoa a agir como criança ou
como um velho decrépito, alternadamente.

Passeios Hipnóticos

Passeios no campo com direito a lanche e formigas, ônibus
sacolejante, frio, calor e chuva são representados como atores jamais o
fariam. E há ainda todas as variações possíveis, como viagens para o
Havaí, ou viagens interplanetárias para Marte e encontros com
alienígenas.

Feitos Quase Mágicos

Usando a habilidade de perceber comunicação não-verbal inerente
à mente inconsciente, leva-se o sujeito a descobrir objetos escondidos
na audiência, ou caminhar seguramente entre obstáculos com os olhos
vendados. O ritual de caminhar descalço sobre brasas é uma
verdadeira apoteose.

Imitando Personalidades



Artistas de cinema e de televisão conhecidos, cantores, animais e
até objetos inanimados como abajures e máquinas de lavar podem ser
representados com detalhes cômicos ou então próximos à perfeição.
Temperada com bom gosto, a utilização destas rotinas será muito
divertida.

Hipnose Instantânea

Um voluntário que já foi hipnotizado pode ser recolocado em transe
com ordens diretas, como “Durma, agora!”. Da mesma forma alguém
que esteja na platéia exibindo a “constelação hipnótica”, isto é, já em
estado hipnótico ou à beira do mesmo, pode responder a este comando
direto. A aparência para o espectador é de que o hipnotista está
fazendo mágica ou tem superpoderes, quando na verdade está
aplicando técnicas e utilizando fenômenos que já estão presentes e que
seu olhar treinado descobriu acontecendo.
Algo muito interessante de verificar é que estar junto a alguém em
transe hipnótico altera a consciência. Isto isoladamente já configura
uma técnica de indução. Crianças e certos animais são especialmente
suscetíveis, mas qualquer um pode ser afetado e entrar em transe ao
observar outra pessoa hipnotizada.

Hipnose Animal

Embora os animais não compreendam a palavra falada, através de
técnicas não-verbais eles podem ser levados a um estado hipnótico.
Alguns animais responsivos são cachorros, cobras e especialmente
cavalos. Outra abordagem é provocar estados peculiares a certas
espécies, como a galinha que quando se segura a cabeça colada ao
solo e se traça uma linha reta adiante de seus olhos partindo do bico,
vai exibir alteração de comportamento, ficando estática ou andando
sobre linha. Outro exemplo são os sapos que ficarão imóveis por algum
tempo se imobilizados de barriga para cima.

Hipnose de Massa


Em certos públicos e em determinadas noites nas quais tudo está
correndo muito bem, alguns hipnotistas são capazes de induzir hipnose
em massa, fazendo sua platéia cair em gargalhadas, e então chorar, ou
ter a ilusão de que está sendo distribuído dinheiro quando na verdade é
papel picado. A diversão e o assombro ao se explorar as possibilidades
da mente são ilimitados.

Não se confunda jamais, entretanto, mestria no palco com coisas
diversas. Para trazer proveito à pessoa que sofre de algum problema,
qualquer que seja ele, é necessário conhecimento muito além do
entreter e hipnotizar. A psicologia humana é vasta e complexa, e o
comprometimento ético com o paciente é a única garantia de um
tratamento seguro, sigiloso e profissional.

Semana que vem falaremos sobre AUTO-HIPNOSE

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O que é psicoterapia?

É um recurso que tem como objetivo principal o estabelecimento de maneiras para lidar com as dificuldades da vida.


Trata-se de um processo de aprendizagem, de desenvolvimento pessoal, que ocorre em ambiente neutro, por meio de um relacionamento sigiloso, isento de julgamentos, interesses afetivos ou mesmo de opiniões tendenciosas.

A auto-observação proporciona a compreensão do indivíduo sobre si mesmo (pensamentos, sentimentos, emoções, habilidades, limitações, etc.), sobre as pessoas com quem se relaciona e sobre os próprios problemas, favorecendo de maneira eficaz o aumento da qualidade de vida e da saúde.

Todos têm dentro de si a resposta para seus questionamentos e a solução para seus problemas. A psicoterapia é apenas um facilitador das descobertas sobre os eventos ambientais que determinam os comportamentos causadores de problema e os mantém, ou seja, o processo possibilita a conscientização sobre aquilo que fazemos e os motivos pelos quais fazemos.

Cada ser humano é único; sua forma de se comportar e seus problemas resultam de características pessoais e de uma história de vida particular, portanto, toda intervenção é, além de personalizada, construída em conjunto com o cliente, de maneira humanizada, a partir da compreensão do funcionamento de cada cliente.

Por tratar-se de um trabalho profissional, são utilizadas técnicas e instrumentos específicos, a fim de eliminar comportamentos disfuncionais (geradores de problemas e sofrimento), ao mesmo tempo em que se busca estabelecer e aumentar a frequência de comportamentos funcionais e desejáveis, promovendo vínculos intrapessoais e interpessoais mais satisfatórios.

Na Terapia Comportamental, ao promover o autoconhecimento, aumenta-se a capacidade para agir no mundo da maneira desejada. A teoria fundamenta-se em conhecimentos aprofundados sobre o comportamento humano, que vão muito além da noção existente no senso comum, na maioria dos livros de auto-ajuda e nas práticas místicas. Além disto, é um tipo de psicoterapia interativa; o cliente não precisa falar durante toda a sessão sem ouvir a voz do terapeuta.

A duração do processo terapêutico pretende ser breve, entretanto, não é possível estabelecer um número exato de sessões, devido à singularidade do ser humano e de suas queixas. Um bom processo terapêutico conduz, invariavelmente, à autonomia.

Geralmente as sessões são semanais, tem duração de 50 minutos e a primeira consulta é destinada à compreensão acerca dos objetivos do cliente e aos esclarecimentos sobre a o processo de psicoterapia e sobre o trabalho que será realizado.

Um processo terapêutico bem desenvolvido, por meio do qual é possível alcançar resultados positivos depende de colaboração contínua, tanto do terapeuta quanto do cliente. Este trabalho apenas é viabilizado quando há um clima favorável, permeado por confiança e empatia.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Psicologia e Cinema.

SINOPSE


A protagonista se vê numa fantástica experiência ao estilo de 'Alice no País das Maravilhas', quando sua vida cotidiana, tão carente de inspiração, literalmente começa a desenredar-se, revelando o mundo incerto de valores ocultos, encobertos por uma realidade alarmante, que a maioria de nós considera normal.

Amanda é literalmente lançada em direção a um redemoinho de acontecimentos caóticos, enquanto os personagens que encontra durante esta odisséia revelam um conhecimento mais profundo e oculto, que ela jamais percebera querer saber.
 
 
 
ASSUNTO

Questões sobre percepção, experiência e realidade.

O filme aborda a física quântica de forma leve, deixando-a menos didática e chata, além de questionar o tempo todo o que seria o que vemos. O que é real ou irreal. E como damos valor exato, verdadeiro, para as coisas que nos apresentam no universo. Mais exatamente, se podemos ou não ter certeza se certos objetos "são o que são".

Percebe que a realidade na qual sempre acreditou, principalmente em relação aos homens, os relacionamentos com outras pessoas, ou, ainda, a maneira como seus sentimentos afetam seu trabalho, não faz parte, de fato, da vida real!!

À medida que Amanda aprende a relaxar vivendo essa experiência, ela se torna capaz de dominar seus temores, adquire sabedoria e conquista a chave dos segredos de todas as idades, tudo isso, de uma forma muito divertida. A partir daí, ela já não é mais uma vítima das circunstâncias, mas está a caminho de ser a grande força criativa de sua própria vida, que, por sinal, jamais voltará a ser a mesma.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Hoje é dia de falarmos de Hipnose

O SHOW DE HIPNOTISMO


Há em muitos países, inclusive no Brasil, legislação condenando a
prática de hipnose para fins de entretenimento sem finalidades
científicas e o seu emprego por pessoas que não sejam médicos,
psicólogos ou dentistas.

É também consenso entre os hipnólogos terapeutas que estes
shows podem ser prejudiciais aos voluntários e à prática terapêutica da
hipnose, pela abordagem muitas vezes utilizada e que faz a pessoa
hipnotizada parecer tola ou sob o comando do operador, como se este
possuísse poderes sobrenaturais.

Não há comprovação, entretanto, de que tenham efetivamente
ocorridos prejuízos à saúde física e mental dos participantes destes
espetáculos. O show apresentado na televisão por Paul McKenna,
exibido em muitos países há muitos anos, infelizmente não no Brasil, é
um exemplo de que tal prática é segura. Recentemente, o hipnotista
Fábio Puentes vem se apresentando na televisão brasileira e
arrebanhando audiências fantásticas.

Embora a utilização da hipnose com fins puramente recreativos não
se coadune com meus princípios e interesses, reconheço tais pessoas
como artistas extraordinários, cujo mérito não é propriamente o de
provocar os fenômenos hipnóticos, e sim o de dar à apresentação
destes fenômenos a dinâmica de espetáculo e entretenimento. Se os
voluntários depositam sua confiança nestes artistas e se dispõem a
subir ao palco para experimentar hipnose, brincar e provocar risos na
platéia, é um ato consentido entre adultos e, pelo que se sabe até o
momento, sem conseqüências danosas à saúde.

Não cabe em minha imaginação que alguém se arvore dono do
fenômeno hipnótico a ponto de dizer onde e com que fins este deve ou
não acontecer. O mesmo motor de combustão que move ambulâncias
pode mover carros de corrida. A televisão que informa e educa (ou
deveria) também pode divertir.

Se os hipnotistas de palco causarem dano a seus voluntários, sejam
responsabilizados por isto. E se o seu crime for mau gosto na seleção
dos números do show, recaia sobre eles a desaprovação e o abandono
do público.

Passando dos méritos à descrição, muitas pessoas há que não
acreditam no que vêem acontecer no show de hipnose. De fato podem
haver representações, mistificações e uso de expedientes para enganar
o público, como a utilização de atores contratados. Mesmo muitos
hipnólogos sérios não conseguem entender e acreditar que alguém
possa ser levado a hipnose profunda em segundos, como a televisão o
faz parecer. O texto que se segue tenta lançar alguma luz sobre este
assunto tão controverso, e dar substratos ao leitor para aprender a
apreciar ou não a hipnose de palco. É claro que existem variações da
performance e da organização do espetáculo dos diversos artistas que
não serão estudados aqui. Não é minha pretensão esgotar o assunto.


O Hipnotista de Palco e o Rapport

A esta altura o leitor já reconhece o rapport como fenômeno
indispensável à hipnose.

O hipnotista de palco é reconhecido como alguém que tem
experiência em hipnose e por vezes poderes ocultos para influenciar a
mente dos semelhantes. As pessoas vêem os anúncios, compram
entradas e imaginam às vezes por dias o que vai acontecer no show.

Ao mesmo tempo que as expectativas vão crescendo, elas vão
pensando se serão ou não voluntárias, e saturando a mente com
pensamentos sobre hipnose em antecipação ao evento. No dia, o
ambiente é de diversão e relaxamento, sem pressão emocional ao
contrário do que ocorre na situação terapêutica. A postura de
autoridade e confiança do hipnotista, suas roupas quase sempre pretas,
a música e as luzes.
A indução de hipnose começa já muito antes do início do show.

A Seleção de Indivíduos Suscetíveis

Embora todos possam aprender hipnose, interessam para o show
aquelas pessoas que o farão muito rapidamente e em profundidade
adequada para responder às rotinas previstas na programação da
noite. Tal é feito através de testes de suscetibilidade.

Após uma breve preleção que geralmente inclui informações
científicas, curiosidades e gentil convite para que voluntários subam ao
palco, tais testes serão aplicados. Alguns artistas oferecem a
possibilidade de a platéia inteira submeter-se a eles.

O mais empregado de todos os tempos é o teste em que se faz com
que os dedos entrecruzados fiquem colados. O hipnotista dirá aos
voluntários que cruzem os dedos das mãos, apertem as palmas e os
dedos e mantenham o olhar fixo nas mãos. Após uma contagem os
dedos estarão colados e será impossível separá-los. As pessoas
apresentarão três respostas distintas a este exercício. Um grupo não
vai sentir alteração nenhuma e os dedos vão se separar facilmente. No
outro grupo, em que estão as pessoas dispostas a se concentrar e
colaborar, algumas vão sentir certa resistência e dificuldade para
separar os dedos e algumas vão descobrir seus dedos tão grudados
que será impossível para elas separar os dedos sozinhas. Estas últimas
são potencialmente “bons sujeitos” para o show. Esta reavaliação é
contínua e, na seqüência do espetáculo, se uma determinada pessoa
deixar de responder prontamente será substituída ou estrategicamente
deixada de lado.

Outras variações são sugestões de que as pessoas vão ficar
coladas ao chão, ou não vão abrir as pálpebras, ou um lápis vai grudar
em seus dedos. Importantes ainda são os testes relacionados ao
equilíbrio, onde se sugere que o indivíduo vai apresentar tendência de
queda para trás, ou para frente, e que será amparado na queda.

Em outro teste o voluntário vai ser instruído a fechar os olhos e
imaginar que está em um barco que balança. Por ação ideomotora
alguns poderão efetivamente balançar o corpo.

O hipnotista experiente vai saber em poucos instantes se a pessoa
apresenta bom potencial de resposta. A própria seleção já é
entretenimento para a platéia.

Fenômenos Iniciais

Alguns fenômenos podem ser provocados rapidamente no sujeito
mais sugestionável, causando um efeito impressionante. A própria
catalepsia pode ser utilizada de formas interessantes. Pode-se fazer
com que o braço do colaborador fique esticado e duro, e este não
consiga dobrá-lo. Ou que ele não consiga sair da cadeira, ou ainda que
uma perna fique dura e ele precise mancar.

As sugestões serão rápidas, repetitivas e autoritárias, e
freqüentemente o hipnotista vai demonstrar ao sujeito o comportamento
que quer que ele imite.
Pode-se fazer o voluntário falar ciciando, ou gaguejar, ou travar a
boca aberta ou fechada, e com habilidade fazê-lo até esquecer o
próprio nome.

Estes exercícios, ao mesmo tempo que são divertimento, estão
produzindo um aprofundamento do fenômeno hipnótico e capacitando o
sujeito a responder a fenômenos ainda mais complexos.

Hipnose é algo contagiante e que pode ser aprendido pela
observação. Nesta altura do campeonato muitos indivíduos da platéia
que eram inicialmente não responsivos já poderão ser flagrados em
franco transe hipnótico sob um olhar capacitado. Para aproveitar este
fenômeno, muitas vezes o hipnotista leva para os momentos iniciais do
espetáculo um paciente que já tenha tido a oportunidade de preparar
previamente.

Pode se referir a estes números como “hipnose acordado”, porque
ocorrem numa fase do show que precede uma indução mais completa,
o voluntário parece estar em estado normal de consciência (só parece)
e ainda não foi proferida a palavra “durma”.

Induções Formais

Muitos hipnotistas vão iniciar sua apresentação com uma indução
formal de hipnose, utilizando técnicas de relaxamento, fixação visual,
músicas, exercícios de respiração ou outros, e a partir das respostas
obtidas selecionar seus melhores voluntários. Já quando a
apresentação tem tempo reduzido, como em programas de auditório
em televisão, eles partem diretamente dos testes de suscetibilidade
para a demonstração de fenômenos.

Vários dos fenômenos mencionados no capítulo II vão ser utilizados
para criar números que entretenham e divirtam a platéia. Alterações de
personalidade, alterações de funções orgânicas, ilusões e alucinaçõessão substratos para criações impressionantes.
Nos tópicos a seguir, descrevo algumas das atuações mais famosas
ao redor do mundo.

Fenômenos em Desuso

A anestesia dos estados hipnóticos costuma ser demonstrada pela
introdução de agulhas na pele, e eventualmente transfixação de
tecidos, nos braços, face ou nas mãos. Por ser chocante, hoje em dia é
pouco utilizado.

A “Ponte Humana” era obtida ao se provocar rigidez em todo o
corpo de um voluntário e estendendo-o entre duas cadeiras, de forma
que se apoiasse apenas pelos calcanhares e a parte de trás da cabeça.
Sobre a pessoa assim suspensa subiriam uma ou mais pessoas, que
eventualmente pulariam. Outra variação consistia em colocar uma
grande pedra sobre a barriga do indivíduo e partí-la com golpes de
marreta. É uma realização impressionante. Muito embora a pessoa não
referisse desconforto, e mesmo ao acordar não lembrasse do ocorrido,
o organismo era exigido a um ponto absurdo e potencialmente
lesionado. A sua prática nos dias de hoje seria completamente
inadequada.

A ilusão de fazer a pessoa acreditar que está mordendo uma fruta
enquanto na verdade está comendo alho ou cebola costuma provocar
muito desagrado na platéia e distorcer os objetivos da apresentação.

Qualquer número em que se exija demais do corpo ou se leve
alguém a fazer algo de mau gosto deve ser execrado e abolido. É óbvio
que certas brincadeiras que são adequadas a uma platéia poderão não
ser a outras. Classe e bom senso, sempre, por favor.

Continua na semana que vem com mais tópicos utilizados pelos
hipnólogos de palco...um dos exemplo será "Tomando Água e Ficando Embriagado"

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Com licença, por favor, obrigado !



Há alguns dias presenciei uma cena que me marcou muito. Em um restaurante, um menino de no máximo uns 06 anos pediu um refrigerante e, irritado com a demora da bebida, disse ao garçom: Você foi fabricar meu refrigerante?


Aquilo me doeu o estômago. Imaginei que uma criança tão pequena não teria (ou não deveria ter) tal arrogância...

Tenho conversado com muitos amigos e familiares que também tem filhos e minha sensação é de que alguns pais estão muito preocupados em educar gerentes, diretores e CEO´s de grandes corporações. Bacana! Isso significa que estamos preparando uma nação mais instruída mas, penso que mais importante que o cargo que ocuparão é o ser humano que serão !

Temos visto crimes de violência contra homossexuais, roubo e uso de drogas muitas vezes praticados por adolescentes de classe média alta que teoricamente tiveram acesso ao melhor tipo de educação. Ora, o que é educação então?

Educação para mim vai muito além de pagar boas escolas, curso de idiomas, aulas de balé, natação, música, informática, teatro, judô, taekwondô, karatê, ufa!

Quero que meu filho(a) aprenda desde cedo o significado das palavras, obrigado, por favor, com licença, bom dia, você aceita um pedaço?

Obviamente não estou fazendo aqui uma campanha para que deixemos de pagar boas escolas ou intercâmbios culturais mas, sim para que passemos a complementar a educação de nossos pequenos com recursos gratuitos disponíveis a todas as classes sociais: Gentileza e simplicidade.

Uma vez ouvi uma frase fantástica:

Estamos muito preocupados em que mundo deixaremos para o nossos filhos, mas, que tipo de filhos deixaremos para o mundo?

Peço perdão ao autor por não conhecê-lo e tornar público seu nome, mas, agradeço o sábio conselho...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Psicologia e Cinema.

SINOPSE


Gwen Cummings (Sandra Bullock) uma escritora que leva sua vida de forma selvagem. Saltando de festa em festa, as coisas começam a mudar quando ela, bêbada, rouba a limusine no meio do casamento de sua irmã e bate com o carro numa casa. Encaminhada para um período de 28 dias numa clínica de reabilitação para dependentes, Gwen tem que aprender a vida num lugar onde as regras são rígidas e têm que ser cumpridas.

 
ASSUNTO

Alcoolismo, Dependência Química, drogas, reabilitação


Bela, bem-sucedida profissionalmente, superanimada, mas alcoólatra. Esse é o perfil de Gwen Cummings, uma competente jornalista de Nova Iorque. Uma vez na clínica, passa a obedecer regulamentos rígidos e estranhos rituais, como cantar e entoar palavras de ordem de mãos dadas com outros pacientes e, falar de seus sentimentos. Gwen vai perdendo paulatinamente seu ceticismo e inicia a longa luta para reassumir o controle de sua vida e recuperar sua saúde. Ao mesmo tempo que descobre que talvez seja possível manter um equilíbrio interior e exterior.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Terapia de Vidas Passadas





Há muito tempo se sabe que o paciente em hipnose eventualmente
relata experiências que não poderiam ter acontecido nesta existência,
ou que extrapolam sua formação cultural atual, ou ainda que não têm
nada a ver com o ambiente social e a época em que vivemos.

A crença na reencarnação é constante em todas as religiões
orientais, e no ocidente vem se difundindo junto a elas e com o
Espiritismo, codificado pelo professor francês Allan Kardec. Nos últimos
anos, várias seitas e doutrinas com elementos das antes mencionadas
vêm se desenvolvendo, principalmente nos Estados Unidos, mas
também no Brasil. De fato, há hoje no mundo mais pessoas que
acreditam em reencarnação do que pessoas que não acreditam.
O autor Brian Weiss ficou famoso com o livro Muitas Vidas, Muitos
Mestres, e os livros que o seguiram. Lançou as bases do que hoje é
conhecido como Terapia de Vidas Passadas.

Acredita-se que muitos dos problemas que afetam as pessoas, tanto
emocionais, como sociais e físicos, tenham origem em situações traumáticas.
A terapia de Vidas Passadas afirma que muitos desses traumas ocorreram em
encarnações passadas, e que é possível para
muitos pacientes reviverem estas experiências e com isso resolverem
problemas objetivos no presente. Outra abordagem refere-se ao
conceito de Karma, que pode ser visto de duas maneiras diferentes.

Alguns acreditam que o que a pessoa tenha feito de bom ou mau em
outra vida teria influência na presente, como uma lei de causa e efeito,
onde os atos bons seriam recompensados e ou maus, punidos, ou
ainda que a pessoa estivesse apenas sofrendo as conseqüências de
tais atos. A outra forma de entender o Karma é como recorrência dos
eventos, onde o que aconteceu antes tenha tendência a se repetir, até
que o desenvolvimento espiritual liberte o indivíduo desse círculo
vicioso.

Não há uniformidade no modo pelo qual os terapeutas de vidas
passadas operam, embora existam congressos, periódicos e
associações através dos quais se trocam experiências.

De um modo geral, a regressão é iniciada a partir de um estado de
transe leve, com sugestões de que o paciente vai perceber a causa
primária de determinado sintoma ou problema ao final de certa
contagem ou visualização. O indivíduo é conduzido através de seus
relatos para a frente e para trás no tempo, e por vezes entre vários
relatos de existências diferentes. Ao serem localizados eventos
traumáticos, costuma ser tentado mudar o significado do incidente, à
luz das doutrinas espiritualistas, ou esgotado o conteúdo emocional por
catarse, ao fazer o paciente reviver o momento traumático repetida
vezes. Alguns alegam que a compreensão dos mecanismos que
produziram os sofrimentos atuais por si só já é terapêutico.

Não há estatísticas mostrando que porcentagem dos pacientes
consegue rememorar outras vidas ou quantos melhoram dos problemas
que motivaram o tratamento.

A maioria dos hipnólogos não aprova ou endossa essas práticas,
entretanto. Argumenta-se que a habilidade do paciente fantasiar em
hipnose está ampliada, e que é possível, com sugestões vagas e
incompletas, levar estes mesmos pacientes a experimentar vidas
cheias de sentimentos e detalhes, nas condições, lugares e épocas em
que o hipnólogo sugerir. Estes colegas interpretam esses relatos como
sonhos cujo conteúdo deve ser analisado e utilizado na terapia, mas
não como prova da existência de reencarnação. A própria elaboração
dessas estórias poderia trazer benefício, como em reorganizar e entender sentimentos, trazer à tona material inconsciente ou apontar soluções.

Na verdade, a maioria absoluta dos relatos são inconsistentes e não
apresentam dados verificáveis ou impressionantes como falar línguas
desconhecidas ou revelar habilidades e conhecimentos de outras vidas.

Outra crítica pertinente é que muitos desses terapeutas não têm
formação como médico ou psicólogo, o conhecimento científico e o
compromisso ético decorrentes disso.

A minha opinião, baseada em minha experiência pessoal, é que
tanto fantasias como regressões genuínas podem ocorrer. Que tanto
uma como outra são fenômenos muito importantes. Que eu ainda não
tenho todas as respostas, mas vem sendo fascinante buscá-las.

Influência e Controle da Mente


Ao longo do tempo, desenvolver aplicações anti-éticas para os
conhecimentos sobre hipnose visando lucro pessoal e poder vêm
estimulando a imaginação de pessoas inescrupulosas.

Embora não exista a tecnologia com que eles tanto sonham que
possa transformar pessoas em zumbis, diariamente somos
bombardeados pela mídia com material elaborado com segundas
intenções. Os comerciais e todas as outras formas de publicidade não
se limitam a apresentar os produtos, mas usam de recursos outros para
eliciar a compra. Por vezes tais recursos são óbvios, como associar a
imagem do produto com belas mulheres, riqueza ou status. Outras
tantas vezes, comunicação hipnótica e sugestões indiretas visam atingir
diretamente o inconsciente do consumidor. A própria repetição e
onipresença dos anúncios de certos produtos é um condicionamento.

Todos os outros recursos de mídia também podem, e
freqüentemente são utilizados para produzir condicionamentos. Muitas
produções cinematográficas encerram mensagens a serviço de
determinada idéia. Da mesma forma que livros, telenovelas, telejornais,
discursos políticos e todos os outros.

A mesma informação científica na qual é baseado o treinamento de
um hipnólogo está à disposição de regimes e partidos políticos,
publicitários, empresários e líderes religiosos.

Há algumas décadas houve grande preocupação com a infestação
das produções em geral com mensagens subliminares. A teoria por trás
de tais mensagens é que a mente inconsciente seria capaz de perceber

informações que passam desapercebidas pela mente consciente,
escapando assim da análise das faculdades críticas, o que aumentaria
a efetividade da influência. Num livro, a mensagem subliminar poderia
ser obtida ao ler-se determinada linha numa página em diagonal, ou
juntando-se as primeiras palavras do segundo parágrafo de cada
capítulo, por exemplo. Em um filme, imagens mostradas tão rápido que
para a mente consciente seriam apenas defeitos na película. Uma
determinada música poderia encerrar mensagens em ruídos
infrassônicos, ou quando o disco fosse tocado ao contrário. Há
evidências de que algumas dessas técnicas apresentam resultados,
outras seriam apenas mitos. De qualquer forma, a idéia é preocupante.

Muitos países possuem legislação proibindo o emprego de sugestões
subliminares em publicidade. Mas a psicologia pode ser muito mais
refinada e eficiente do que isso.

Mesmo os cursos básicos de técnicas de vendas ensinam
princípios da PNL, por exemplo, e é uma experiência extremamente
desagradável perceber um vendedor de carros tentando manipular a
sua mente. Felizmente rapport é algo pouco compatível com más
intenções, pois embora alguns itens possam ser praticados para
precipitar seu aparecimento, é um fenômeno inconsciente e complexo
demais para ser simulado.

Outro aspecto desse desejo maligno de controlar a mente do
semelhante é o que ocorre nas chamadas “lavagens cerebrais”. Aí se
provoca uma completa desestruturação da personalidade do indivíduo,
utilizando-se drogas, violência física e psicológica, privação do sono,
encarceramento e outras agressões. Coloca-se a pessoa em um estado
a partir do qual ela pode ser reprogramada. Embora se conheça a
possibilidade teórica de que isto ocorra, e hajam indícios de sua prática,
a veracidade ou não das “lavagens cerebrais” é envolta em segredos e
desinformação.

Determinantes Sociais do Comportamento e
Pensamento Humanos

Muitas situações sociais alteram a percepção e o comportamento
dos indivíduos. Mesmo a pessoa tímida, quando aliada a uma grande
torcida num estádio de futebol, vai se transformar. O adolescente
inofensivo pode se tornar violento quando incitado em meio a um grupo
de amigos. O fenômeno político do nazismo na Alemanha serve de

exemplo ao que pode acontecer a uma multidão excitada por uma idéia
e palavras inflamadas.

Mas tais influências podem ser ainda mais sutis, universais e
presentes. A moda, os costumes, o discernimento entre o que é belo e
o que não é e tantos outros padrões de comportamento são difundidos
sem que ocorra fundamentação racional. Alimentos que são
considerados especiarias em uma cultura provocam repulsa em outra.

Valores e papéis sociais são incutidos na criança a partir de tenra idade
e passam uma vida sem serem questionados.

A religiosidade de um povo, seus padrões morais e conseqüências
ficam imprimidos em níveis mais profundos do que os aprendizados e
as verdades científicas recentes.

De repente a mente inconsciente e suas manifestações na vida
diária vão ficando mais e mais claras. Curioso como, justo quando
começa a se expandir, a consciência se perceba tão limitada.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011