sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Psicologia e Cinema

Minha formação foi atravessada pelo cinema em diversas fases. Ferramenta de auxílio para a compreensão de diversos conceitos, os filmes não só informam, mas são capazes de nos tocar, favorecendo assim, novas formas de lidar com nossas questões e conflitos. Compartilho, então, alguns desses filmes:


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Racismo, pobreza, injustiça social, violência doméstica, abuso sexual, boderline.
 
O filme é um drama pesado e realista, provavelmente não vai agradar a todos. Não é o tipo de filme que você sai leve do cinema; não, é o tipo de filme que, ao terminar a sessão, você sente que levou um soco no estômago. Preciosa é negra, pobre, morbidamente obesa e disléxica. Adolescente, é maltratada pela mãe, que passa o dia inteiro vendo TV, dependendo da caridade do governo e pouco se importando com a filha, a não ser para manter o seu benefício. Precious é fechada, sem amigos, sendo que seu único escape são alguns sonhos/devaneios, onde ela é famosa, tem um namorado branco e rico, etc. Algumas cenas no filme demonstram a fuga da realidade, um mecanismo de defesa que nega acontecimentos tão traumáticos. Com olhar perdido, voz marcante e ar de quem não sabe o que está fazendo neste mundo, a garota dá à sua personagem um incrível senso de alienação que mais tarde perceberemos não ser exatamente um descaso diante da vida, mas sim um escudo, uma crosta criada pelas feridas do mundo. No decorrer da trama, seu personagem cresce, ganha autoestima. E, nos momentos de sonho, a atriz se transmuta totalmente. Vira outra, bem diante dos nossos olhos. Ao resignificar a sua vida ela conseguiu não naturalizar a violência que sofria, a professora teve uma escuta ativa e a amou, sentimento esse nunca vivenciado por ela. O amor de pais nunca teve, o que teve no lugar deste amor nunca caracterizou algo de bom para Preciosa. Sua mãe com características boderline, traços característicos de psicose, é um destaque.

2 comentários:

  1. Lu, não sei se você já assistiu este filme, mais é mto interessante, a jovem passa por situações bem complexas que vão desde o antro familiar (se é que pode ser chamado assim, devido a tanta atrocidade lá existente) à escola. Já adolescente, Precious mal sabe ler, consequencia adquirida pelo descaso de sua mão, que pouco ou nada se importa com a educação e o futuro da família, e também como fruto de uma escola que por não saber lidar com a adolescente, acaba por "jogá-la para escanteio", isto é, repassaram o problema, ao invés de buscar um caminho e medidas a fim de solucionar a questão. Precious tem a sorte de encontrar uma professora solidária e consciente do problema, que assola a garota, assim como as demais jovens, que como ela, foram abandonadas pelo sistema. Caso não tenha assistido, recomendo o filme, pois além de todas estas questões sobre família e escola, Precious tem uma questão peculiar, sempre que está diante de uma situação que envolva dor (seja física ou psicológica) ela fecha os olhos,e se transporta para um mundo totalmente utópico, mas um lugar que acima de tudo a faz feliz, a torna realizada, pois é o único lugar que ela acredite ter o poder e a oportunidade de ser amada e admirada pelas pessoas que a cercam.
    Lena Presley

    ResponderExcluir
  2. este filme realmente é uma forma de acordar a sociedade para a realidade das crianças e jovens, não apenas do Brasil, mas do mundo.
    Acho ridículo a frase "as crianças de hje são o futuro de amanhã", vivemos em uma sociedade cruel e hipócrita! se não cuida-se das crianças de hje...é certo que o futuro de amanhã será um verdadeiro mar de lama! este filme deveria ser passado em via pública, para todos assistirem! bjks Lena

    ResponderExcluir