Aos olhos do observador, o paciente em transe hipnótico pode
parecer como que adormecido.
Embora possa ocorrer com olhos abertos, o mais freqüente é que os
olhos estejam fechados. Nos estágios iniciais, costumam acontecer
movimentos dos globos oculares que são observados através das
pálpebras fechadas. Outros movimentos involuntários, como
maneirismos na face ou movimentos dos dedos acontecem com
algumas pessoas.
Há uma suavização dos traços de expressão facial, por conta do
relaxamento dos músculos da face.
Se a posição for sentada, é natural que a cabeça penda para a
frente, trazendo o queixo próximo ao peito.
A respiração costuma ser muito lenta e profunda, e também há uma
lentificação da freqüência cardíaca e de pulso e uma redução dos
níveis de pressão arterial.
As extremidades ficam pálidas e frias, assim como a pele do rosto.
Não raro a boca se encontra entreaberta, e o lábio inferior como que
aumentado.
Os membros estão frouxos e relaxados.
Ocorrem muitas variações individuais. Esses são alguns dos sinais
cujo conjunto é denominado por alguns “constelação hipnótica”.
A pessoa em hipnose não se encontra, entretanto, adormecida.
Estudos com aparelhos de eletroencefalograma, que mostram em
um traçado a atividade elétrica das diferentes regiões do cérebro
revelam que o paciente em hipnose produz especialmente ondas alfa,
que são típicas da vigília em relaxamento, ou seja, concentração sem
esforço. A pessoa ocupada com seus afazeres diários costuma produzir
predominantemente ondas beta (freqüência maior). Durante o sono, as
ondas produzidas são theta e delta, de freqüência menor (ou mais
lentas).
Experimentar a hipnose se associa de um modo geral a grande
bem-estar e relaxamento. A pessoa percebe o relaxamento como
sensação de peso e sente que poderia mover-se ou “acordar”, mas não
sem grande esforço, ao qual ela realmente não está disposta no
momento. Permanece ciente dos sons e da atividade do ambiente, e
observa com curiosidade e expectativa suas próprias respostas aos
exercícios que vão sendo propostos. Mantém sua atitude crítica e não
está em hipótese alguma subjugada ou sob o poder do operador.
Permite-se seguir orientações enquanto tal for confortável e de seu
agrado.
Hipnose não significa, portanto, inconsciência.
Ainda há grande confusão envolvendo o termo sonambulismo. Ele
pode ser usado para descrever um distúrbio do sono em que mesmo
dormindo a pessoa age como se estivesse acordada, e embora certos
autores vejam nos sonâmbulos naturais predisposição para o fenômeno
hipnótico, a rigor este sonambulismo não tem absolutamente nada a ver
com hipnose. Já o mesmo termo, por motivos históricos, pode ser
utilizado para descrever um nível muito profundo de hipnose.
Há escalas de profundidade hipnótica, que relacionam níveis ou
graus a fenômenos característicos ou que podem ser desencadeados
neste determinado nível. Tais escalas são controversas e mesmo
contestadas, uma vez que já se sabe que todos os fenômenos
relacionados à hipnose podem acontecer espontaneamente num
contexto ou serem provocados mesmo no paciente acordado.
Em nosso meio, a escala mais utilizada é a de Torres Norry, que
distribui os fenômenos hipnóticos em:
1 Etapa Hipnoidal
2 Etapa Leve
3 Etapa Média
4 Etapa Profunda
5 Etapa Sonambúlica
Continua...
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