quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Terapia de Vidas Passadas





Há muito tempo se sabe que o paciente em hipnose eventualmente
relata experiências que não poderiam ter acontecido nesta existência,
ou que extrapolam sua formação cultural atual, ou ainda que não têm
nada a ver com o ambiente social e a época em que vivemos.

A crença na reencarnação é constante em todas as religiões
orientais, e no ocidente vem se difundindo junto a elas e com o
Espiritismo, codificado pelo professor francês Allan Kardec. Nos últimos
anos, várias seitas e doutrinas com elementos das antes mencionadas
vêm se desenvolvendo, principalmente nos Estados Unidos, mas
também no Brasil. De fato, há hoje no mundo mais pessoas que
acreditam em reencarnação do que pessoas que não acreditam.
O autor Brian Weiss ficou famoso com o livro Muitas Vidas, Muitos
Mestres, e os livros que o seguiram. Lançou as bases do que hoje é
conhecido como Terapia de Vidas Passadas.

Acredita-se que muitos dos problemas que afetam as pessoas, tanto
emocionais, como sociais e físicos, tenham origem em situações traumáticas.
A terapia de Vidas Passadas afirma que muitos desses traumas ocorreram em
encarnações passadas, e que é possível para
muitos pacientes reviverem estas experiências e com isso resolverem
problemas objetivos no presente. Outra abordagem refere-se ao
conceito de Karma, que pode ser visto de duas maneiras diferentes.

Alguns acreditam que o que a pessoa tenha feito de bom ou mau em
outra vida teria influência na presente, como uma lei de causa e efeito,
onde os atos bons seriam recompensados e ou maus, punidos, ou
ainda que a pessoa estivesse apenas sofrendo as conseqüências de
tais atos. A outra forma de entender o Karma é como recorrência dos
eventos, onde o que aconteceu antes tenha tendência a se repetir, até
que o desenvolvimento espiritual liberte o indivíduo desse círculo
vicioso.

Não há uniformidade no modo pelo qual os terapeutas de vidas
passadas operam, embora existam congressos, periódicos e
associações através dos quais se trocam experiências.

De um modo geral, a regressão é iniciada a partir de um estado de
transe leve, com sugestões de que o paciente vai perceber a causa
primária de determinado sintoma ou problema ao final de certa
contagem ou visualização. O indivíduo é conduzido através de seus
relatos para a frente e para trás no tempo, e por vezes entre vários
relatos de existências diferentes. Ao serem localizados eventos
traumáticos, costuma ser tentado mudar o significado do incidente, à
luz das doutrinas espiritualistas, ou esgotado o conteúdo emocional por
catarse, ao fazer o paciente reviver o momento traumático repetida
vezes. Alguns alegam que a compreensão dos mecanismos que
produziram os sofrimentos atuais por si só já é terapêutico.

Não há estatísticas mostrando que porcentagem dos pacientes
consegue rememorar outras vidas ou quantos melhoram dos problemas
que motivaram o tratamento.

A maioria dos hipnólogos não aprova ou endossa essas práticas,
entretanto. Argumenta-se que a habilidade do paciente fantasiar em
hipnose está ampliada, e que é possível, com sugestões vagas e
incompletas, levar estes mesmos pacientes a experimentar vidas
cheias de sentimentos e detalhes, nas condições, lugares e épocas em
que o hipnólogo sugerir. Estes colegas interpretam esses relatos como
sonhos cujo conteúdo deve ser analisado e utilizado na terapia, mas
não como prova da existência de reencarnação. A própria elaboração
dessas estórias poderia trazer benefício, como em reorganizar e entender sentimentos, trazer à tona material inconsciente ou apontar soluções.

Na verdade, a maioria absoluta dos relatos são inconsistentes e não
apresentam dados verificáveis ou impressionantes como falar línguas
desconhecidas ou revelar habilidades e conhecimentos de outras vidas.

Outra crítica pertinente é que muitos desses terapeutas não têm
formação como médico ou psicólogo, o conhecimento científico e o
compromisso ético decorrentes disso.

A minha opinião, baseada em minha experiência pessoal, é que
tanto fantasias como regressões genuínas podem ocorrer. Que tanto
uma como outra são fenômenos muito importantes. Que eu ainda não
tenho todas as respostas, mas vem sendo fascinante buscá-las.

Influência e Controle da Mente


Ao longo do tempo, desenvolver aplicações anti-éticas para os
conhecimentos sobre hipnose visando lucro pessoal e poder vêm
estimulando a imaginação de pessoas inescrupulosas.

Embora não exista a tecnologia com que eles tanto sonham que
possa transformar pessoas em zumbis, diariamente somos
bombardeados pela mídia com material elaborado com segundas
intenções. Os comerciais e todas as outras formas de publicidade não
se limitam a apresentar os produtos, mas usam de recursos outros para
eliciar a compra. Por vezes tais recursos são óbvios, como associar a
imagem do produto com belas mulheres, riqueza ou status. Outras
tantas vezes, comunicação hipnótica e sugestões indiretas visam atingir
diretamente o inconsciente do consumidor. A própria repetição e
onipresença dos anúncios de certos produtos é um condicionamento.

Todos os outros recursos de mídia também podem, e
freqüentemente são utilizados para produzir condicionamentos. Muitas
produções cinematográficas encerram mensagens a serviço de
determinada idéia. Da mesma forma que livros, telenovelas, telejornais,
discursos políticos e todos os outros.

A mesma informação científica na qual é baseado o treinamento de
um hipnólogo está à disposição de regimes e partidos políticos,
publicitários, empresários e líderes religiosos.

Há algumas décadas houve grande preocupação com a infestação
das produções em geral com mensagens subliminares. A teoria por trás
de tais mensagens é que a mente inconsciente seria capaz de perceber

informações que passam desapercebidas pela mente consciente,
escapando assim da análise das faculdades críticas, o que aumentaria
a efetividade da influência. Num livro, a mensagem subliminar poderia
ser obtida ao ler-se determinada linha numa página em diagonal, ou
juntando-se as primeiras palavras do segundo parágrafo de cada
capítulo, por exemplo. Em um filme, imagens mostradas tão rápido que
para a mente consciente seriam apenas defeitos na película. Uma
determinada música poderia encerrar mensagens em ruídos
infrassônicos, ou quando o disco fosse tocado ao contrário. Há
evidências de que algumas dessas técnicas apresentam resultados,
outras seriam apenas mitos. De qualquer forma, a idéia é preocupante.

Muitos países possuem legislação proibindo o emprego de sugestões
subliminares em publicidade. Mas a psicologia pode ser muito mais
refinada e eficiente do que isso.

Mesmo os cursos básicos de técnicas de vendas ensinam
princípios da PNL, por exemplo, e é uma experiência extremamente
desagradável perceber um vendedor de carros tentando manipular a
sua mente. Felizmente rapport é algo pouco compatível com más
intenções, pois embora alguns itens possam ser praticados para
precipitar seu aparecimento, é um fenômeno inconsciente e complexo
demais para ser simulado.

Outro aspecto desse desejo maligno de controlar a mente do
semelhante é o que ocorre nas chamadas “lavagens cerebrais”. Aí se
provoca uma completa desestruturação da personalidade do indivíduo,
utilizando-se drogas, violência física e psicológica, privação do sono,
encarceramento e outras agressões. Coloca-se a pessoa em um estado
a partir do qual ela pode ser reprogramada. Embora se conheça a
possibilidade teórica de que isto ocorra, e hajam indícios de sua prática,
a veracidade ou não das “lavagens cerebrais” é envolta em segredos e
desinformação.

Determinantes Sociais do Comportamento e
Pensamento Humanos

Muitas situações sociais alteram a percepção e o comportamento
dos indivíduos. Mesmo a pessoa tímida, quando aliada a uma grande
torcida num estádio de futebol, vai se transformar. O adolescente
inofensivo pode se tornar violento quando incitado em meio a um grupo
de amigos. O fenômeno político do nazismo na Alemanha serve de

exemplo ao que pode acontecer a uma multidão excitada por uma idéia
e palavras inflamadas.

Mas tais influências podem ser ainda mais sutis, universais e
presentes. A moda, os costumes, o discernimento entre o que é belo e
o que não é e tantos outros padrões de comportamento são difundidos
sem que ocorra fundamentação racional. Alimentos que são
considerados especiarias em uma cultura provocam repulsa em outra.

Valores e papéis sociais são incutidos na criança a partir de tenra idade
e passam uma vida sem serem questionados.

A religiosidade de um povo, seus padrões morais e conseqüências
ficam imprimidos em níveis mais profundos do que os aprendizados e
as verdades científicas recentes.

De repente a mente inconsciente e suas manifestações na vida
diária vão ficando mais e mais claras. Curioso como, justo quando
começa a se expandir, a consciência se perceba tão limitada.

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