quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Alguns temas que preocupam os leigos sobre a HIPNOSE. 2º parte

II Parte – Temas que preocupam os leigos sobre a HIPNOSE.

Quando alguém é hipnotizado perde a consciência?


Não. A sua mente consciente irá permanecer alerta o tempo todo e mesmo em um transe profundo (seja lá o que isto for), a mente consciente irá estar vigilante em caso de transgressões de sistemas de valor.


O cliente fica dominado pelo hipnotizador?

Não. Toda hipnose é sempre auto-hipnose. Necessita haver uma relação de confiança entre as pessoas, se o código de valor for ameaçado a pessoa sai do transe imediatamente. O hipnotizador é um guia ao estado de transe.

Portanto, os conceitos morais do cliente não podem ser deturpados, pois quando o são o transe hipnótico é interrompido.

Ninguém aceita sugestões que entrem em conflito com seu código de ética, crenças e valores morais.

Certas percepções podem ser mudadas, mas a sua ética subjetiva não se altera, assim se o hipnotizador diz que um revólver é uma maçã inofensiva o sujeito sai do transe.

Imaginando situações fictícias… Se houvesse um crime oriundo desta prática, seria porque a pessoa hipnotizada realmente queria matar a outra e aproveitou-se da situação, assim com também o hipnotizador, que é claro não tem princípios éticos e morais, não fazendo jus ao título de profissional.


E no caso de um comando para a pessoa fazer sexo com o hipnotizador?


Da mesma forma, se alguém recebe tal comando e faz sexo é porque queria fazer sexo, senão sai do transe e processa o profissional ou cai fora dali o mais rápido possível. E, se fizer sexo, estará caracterizado um abuso profissional dos mais graves, digno de punição exemplar para o profissional, que se valeu de seus conhecimentos para seduzir o cliente.

Historicamente a hipnose “de palco” sustentou este mito ao substituir padrões de percepções (cebolas ou limão por maçãs – em sabor – por exemplo, para efeitos de diversão) , mas é importante que se saiba que não se consegue, por mais hábil o hipnotizador, dominar condutas conflitantes e transgredir códigos morais.

Alguém pode ser hipnotizado se não quiser?


Não. Imagine que alguém resolve ir ao teu consultório só para te desafiar, e diga “duvido que você me hipnotize”… Agora imagine que alguém te pede uma carona de carro e então te diz “duvido que você transe comigo!” É óbvio, comparando as situações, que existe um desejo latente de que aconteça aquilo. O transe hipnótico é um processo cooperativo. É um fato muito bem estabelecido que ninguém pode ser hipnotizado contra sua vontade e, mesmo quando hipnotizada, a pessoa pode rejeitar qualquer sugestão.


Qualquer um pode ser hipnotizado?


Sim, mas somente se quiser. A única coisa necessária é o desejo de ser hipnotizado, ou permitir conscientemente que isto aconteça diante dos esclarecimentos do terapeuta do por que se irá utilizar esta técnica, quando a usamos formalmente.

Quais os obstáculos para a hipnose?


Certos estados, pessoas alcoolizadas, ou que usaram recentemente drogas com ação sobre a mente (opiáceos, estimulantes ou hipnóticos), ou então aquelas com níveis de inteligência muito abaixo do normal (oligofrenia).


Crianças pequenas podem ser hipnotizadas?

Sim, dependendo, da idade, uma vez que elas são muito imaginativas e acreditam e confiam muito, e que a linguagem do inconsciente é metafórica.

Existem vários métodos de indução ao transe, e a indução mais apropriada deve ser utilizada sob medida para aquela determinada pessoa, para a obtenção das metas terapêuticas.



O hipnotizador tem um poder especial?


Não. Muitos hipnotizadores tradicionais e os hipnotizadores de palco ainda sobrevivem deste mito, mas as habilidades do “sujeito” e sua motivação para a hipnose são muito mais importantes que a personalidade “magnética” do hipnotizador.

Milton Erickson sustenta que a hipnose na realidade é um poder (recurso) do “sujeito”, é um potencial do cliente. O hipnotizador é apenas um espelho a guiar o cliente ao estado de transe, e a explorar recursos que se encontram no inconsciente para fins terapêuticos.

Pode-se entender então que as sugestões usadas são para evocar recursos inconscientes latentes já aprendidos, e não no sentido de colocar “sugestões” num inconsciente vazio, como hipnotizadores autoritários e arcaicos apregoam.

Portanto, a hipnose não leva as pessoas a revelar segredos ou compartilhar informações que elas não querem.


Se o hipnotizador for embora a pessoa ficará lá em transe, dormindo para sempre?

Não. Mesmo nesta absurda situação, do hipnotizador ir embora, ou no caso do medo de algo “dar errado no processo de hipnose”, a pessoa acaba saindo do transe naturalmente, via sono.

Algumas vezes, como é muito agradável para o cliente ficar em transe hipnótico, a pessoa pode escolher ficar mais tempo em transe ao invés de retornar à vida “problemática” que enfrenta no dia a dia. Mas acabará voltando via sono natural em que a hipnose se transforma, ou as sugestões do hábil hipnoterapeuta.

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