quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Alguns temas que preocupam os leigos sobre a HIPNOSE. 1º parte

Como todos sabem eu sou Hipnólogo. E depois de uma palestra feita pelo meu professor na sala eu percebi que os alunos ficaram mais em duvida do que esclarecidos.
Não culpo o professor, pois ele tinha só 1:20 para sua palestra, mas eu acho que ele foi tecnico demais para os futuros psicólogos que não fizeram como eu, hipnose.
Então vou tentar explicar de uma forma BEM leiga em alguns capitulos o que é a Hipnose em si e para quais são os seus aplicativos clinicos.
Para quem ler bom divertimento e qualquer duvidas e só postar no comentários que na medida do possivel eu publico a resposta.


I Parte – Sobre a hipnose


A hipnose é uma técnica, e como toda técnica tem seu aspecto problemático se for mal aplicada. Os riscos da hipnose são os mesmos que qualquer outra técnica mal utilizada. Um açougueiro experiente percebe quando um novato usa mal o facão e estraga a peça de carne. O facão é a técnica. Donde o velho ditado: a técnica certa em mãos erradas faz da técnica certa a técnica errada.

É importante que os profissionais estejam habilitados em relação ao uso da hipnose, isto é, ao se fazer uma intervenção é preciso conhecer a metodologia e as teorias que sustentam as técnicas. Logo, o uso de qualquer técnica só pode ser seguro se houver competência da parte do técnico ou profissional responsável.


Lembrando que estes argumentos servem para quaisquer técnicas é preciso se entender que o campo da hipnologia (os estudos teóricos sobre a técnica hipnoidal, a hipnose propriamente dita) possui ligações com outros ramos importantes do saber. O conhecimento da psicologia, especificamente das psicoterapias, e amplas noções sobre o psiquismo humano em seus aspectos interculturais, religiosos e familiares fazem-se necessários porque cada cliente tem seu modo particular de agir e ser.

Assim, um profissional que resolva hipnotizar alguém durante uma psicoterapia deve ter claro para que está fazendo aquilo, o que pretende conseguir e também os obstáculos que poderão surgir. É fato que existem pessoas que têm mais problemas que outras. Com este tipo de cliente, que possui, por exemplo, uma síndrome dissociativa, a dificuldade será maior exigindo experiência do profissional como em qualquer outro campo. Um engenheiro capacitado para construir uma casa sabe a diferença que existe se tivesse de construir uma represa ou uma usina nuclear. Portanto o profissional deve estar capacitado para aquele caso em particular. Se alguém tem experiência com psicoses, fobias e drogas e também com hipnose certamente seus clientes terão um serviço de qualidade.

Resta informar que toda técnica é usada dentro de uma metodologia, e esta metodologia é sustentada por uma teoria, que por sua vez tem explícita ou tácita uma visão de mundo sobre os valores, sobre as pessoas e suas índoles e capacidades.

Depois, na segunda parte, seguem alguns esclarecimentos sobre a hipnose. São temas que preocupam as pessoas e que elas muitas vezes não verbalizam nos consultórios, mas que o clínico experiente deve perceber e dar um jeito de ir respondendo ao modo não-verbal. Diga-se que também há clientes que perguntam quando percebem que a hipnose poderá ser usada.


Evidentemente, para o profissional bem informado sobre este campo chega a ser respeitosamente hilária esta preocupação dos clientes porque o uso formal da hipnose, isto é, quando se cria um ritual para relaxar, etc. é apenas um dos usos da hipnoterapia e este é bem mais fácil de ser percebido. Quando se usa a hipnose ericksoniana entretanto, se permite o uso “informal” da técnica. Assim, durante uma “simples” conversa pode estar em andamento um jogo de metáforas e palavras, ritmos e contextos emocionais, técnicas de ancoragem, visando modificações no quadro clínico que o cliente nem percebe porque ele não sabe que aquilo é hipnose também.

Continua.

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