quinta-feira, 21 de julho de 2011

Hoje é dia de falarmos de Hipnose


ANÁLOGOS DA HIPNOSE

Nesta sessão cito e dou informações básicas, noções, sobre
outras abordagens da consciência, algumas desenvolvidas a partir da hipnose, como a Programação Neuro-Linguística, e outras que, embora seus defensores e praticantes neguem a relação, lidam com a mesma matéria, como a Dianética.

Elementos, conceitos, ou eventualmente técnicas pertencentes a
estas disciplinas são freqüentemente empregados com sucesso na arte de estimular o desenvolvimento do paciente.

Sob muitos nomes são apresentadas teorias como se fossem
novidades científicas quando na verdade são apenas aspectos
conhecidos e praticados da velha e boa hipnose. Talvez seus autores
busquem o mérito por desenvolver algo original, ou apenas desejem
afastar suas práticas dos muitos estigmas e idéias errôneas
preconcebidas a cerca da hipnose. De qualquer forma, as boas idéias e contribuições são sempre bem-vindas.


Sofrologia, Programação Autógena, Medicina Comportamental e
mesmo alguns que se intitulam “Ericksonianos” tentam reduzir o
hipnólogo a alguém que se limita a dizer ao paciente para olhar para a luz e dormir. Nada mais longe da verdade. Quão vasto o arsenal
terapêutico do hipnólogo! Que honra dar continuidade ao caminho
apontado por Mesmer!

O fenômeno hipnótico é desconcertante e as suas implicações
freqüentemente incompatíveis com crenças pessoais ou práticas
profissionais prévias. Muitos preferem lidar com isso evitando o
fenômeno. Negá-lo e difamá-lo é outra maneira. Uma forma mais
ardilosa é estudar, racionalizar e classificar, tudo na teoria.

As seguintes informações apresentadas são um
resumo e, temo, muitas vezes uma simplificação de teorias
consistentes, mesmo que o tempo venha a mostrar que se encontram apenas parcialmente corretas. Ou não.

Dianética

A Dianética pode ser descrita mais precisamente como um corpo
doutrinário do que uma terapia. Foi desenvolvida por L. Ron Hubbard
(1911-1986), engenheiro americano e famoso escritor de ficção das
décadas de 30 e 40, e a primeira sistematização foi apresentada em
1950 com o seu livro Dianética: a Ciência Moderna da Saúde Mental.

O axioma básico da teoria é de que o objetivo principal de todos os
esforços dos organismos vivos é a sobrevivência. Hubbard afirmava
que o prazer era resultante de ações a favor da sobrevivência e que a
dor resultava de agravos a esse determinante. Dividiu a mente em
mente analítica e mente reativa. A mente analítica seria a consciência
individual e os processos normais de inteligência. Nas situações em
que houvesse perigo real ou inferido, de acordo com o princípio da
sobrevivência, a mente reativa assumiria o controle das ações do
indivíduo.

A mente reativa já apresentaria uma programação básica coerente
com as necessidades da espécie, e essa programação seria ampliada
com as experiências. A Dianética afirma que essa programação
aconteceria nos momentos de alteração da consciência, por dor física
intensa, forte emoção ou uso de drogas, como na anestesia química.

A uma unidade de programação corresponderia o termo engrama. O
engrama seria a forma como a mente reativa armazenaria a
informação, e seria baseado em um pacote de informações sensoriais
que seria um gatilho para o acionamento da mente reativa em ocasiões
futuras. Fariam parte do engrama, no exemplo de uma dor física
intensa: o estímulo doloroso, os ruídos ambientes no momento de
alteração da consciência, os odores, o tom de voz dos presentes, a
vegetação ao redor ou a cor das paredes e tudo o mais. A repetição de
qualquer dessas informações a partir daí seria um sinal para que a
mente reativa assumisse o comando. Os engramas poderiam ocorrer
em qualquer momento da vida, mas os mais importantes e graves
teriam acontecido no período de vida intra-uterina e logo após o
nascimento. Relações sexuais durante a gravidez, ameaças de aborto,
brigas entre os pais e outros seriam determinantes patológicos na vida
adulta.

Tais engramas fundamentais seriam agravados ao longo da vida
com situações fortuitas ou conseqüentes a eles em que fossem
reforçados. Tais situações são chamadas encadeamentos (locks).

Segundo Hubbard, a ativação da mente reativa levaria o indivíduo a
responder com ações automáticas e inconscientes, de maneira igual ao
previsto no engrama (como chorando, ficando tenso ou fugindo, por
exemplo), ou ainda previa a atuação em outra valência, que seria a
dramatização do papel de outra pessoa envolvida no engrama – e
nesse caso uma pessoa que tivesse sofrido a situação original como
vítima poderia agir como o havia feito o agressor, se for este o caso.

O que a Dianética quer realmente dizer é que a consciência de
todas as pessoas está grandemente comprometida pelos engramas e a
ativação da mente reativa. Que a mente reativa é benéfica ao animal
porém desnecessária ao homem, e que a sua eliminação resultaria em
expansão da consciência, da lucidez e do livre-arbítrio. Aqui ela diverge
da hipnose tradicional ao afirmar que todos os condicionamentos são
maléficos, e que é impossível a mente reativa ser programada para
auxiliar o indivíduo. De fato, para a Dianética a hipnose é uma situação
geradora de engramas, numa observação superficial.

De posse destes princípios e conceitos, foi desenvolvida a terapia
da Dianética, cujo objetivo é desfazer, desprogramar todos os
engramas, transformando a pessoa num Clear, que é como seria
chamada a pessoa cuja mente reativa fora desprogramada e cuja
consciência, criatividade e lucidez ampliadas. Tal pessoa apresentaria
sempre ações racionais, sem qualquer traço de condicionamento.
Como benefícios extras Hubbard mencionava o incremento da saúde e
sexualidade. Previam-se também conseqüências políticas e sociais
quando da difusão das práticas e proliferação dos Clears.

A terapia consiste em colocar o paciente em leve estado de
relaxamento (chamado reverie), e através do esgotamento da carga
emocional dos engramas pela experimentação repetida a sua liberação.
O operador da terapia é chamado auditor. Os engramas seriam
localizados e liberados a partir das queixas e sintomas do paciente
(denominado pré-clear). Repetir e repetir a queixa é um dos métodos
empregados para chegar ao conteúdo emocional e por vezes à
situação primitiva que porventura o tenha gerado.

A Dianética ao longo do tempo sofreu acréscimos teóricos e
práticos. Hoje é englobada numa perspectiva mais ampla com
conotações religiosas e políticas denominada Cientologia. A Cientologia
abraça a crença em vidas passadas e na percepção extra-sensorial. É

muito difundida nos Estados Unidos, e pessoas de notoriedade como
os atores John Travolta e Tom Cruise incrementam as fileiras dos
adeptos, que alegam mudanças radicais e grande progresso em suas
vidas.

Na semana que vem falaremos sobre "Programação Neuro-Linguística"

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